Deleuze e a instauração das sensações
Ano de defesa: | 2010 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Filosofia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12209 |
Resumo: | Deleuze apresenta-nos uma maneira inédita de pensar a arte, tomando-a ela própria como um modo de pensamento. Ao lado da ciência e da filosofia, a arte também consiste em uma expressão do pensamento, ainda que cada qual seja irredutível e se produza necessariamente com seus próprios meios. Sobretudo, a arte é instauração de sensações, isto é, na medida em que este último termo nada tem a ver com a correspondência cognitiva entre sujeito e objeto. Ora, pela natureza excessiva da arte, nenhuma percepção, memória pessoal e nenhum estado subjetivo ou sentimento são capazes de produzi-la ou alcançá-la, quer como causa, quer como efeito. Exige-se que a arte seja capaz de se sustentar sozinha, independentemente de todo criador, espectador ou modelo. Dessa maneira, enquanto bloco de perceptos e afectos, a arte não tem por função representar o mundo ou atualizar algo preexistente, antes, cria possíveis. O plano de composição estético é autônomo e implica uma condição de vibração ou excitação da sensação, sem seu prolongamento motor, orgânico. Abrir-se ao Fora, campo imanente de forças, é condição da individuação artística, explicitando o caráter essencialmente inumano da arte e seu desenvolvimento presente na natureza, começando mais precisamente com a urgência qualitativa e não-funcional do recorte territorial que o animal pode fazer. Assim, livre de toda organicidade, motricidade e pessoalidade, o artista acaba por criar singularidades que não cabem no campo do entendimento e do reconhecimento, fundando sempre uma nova maneira de pensar. Vendo-se livre da representação, abandona-se a vontade de verdade e uma outra vontade se torna soberana no espírito a vontade de potência. Eis o sentido mesmo da instauração das sensações: elevar o falso à enésima potência. |