Fenologia e frugivoria por aves em Miconia calvescens e M. prasina (Melastomataceae): influência do conteúdo de carboidratos dos frutos na composição e frequência de visitação da assembleia de aves consumidoras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Assunção, Mariana Abrahão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/5892
Resumo: A determinação dos fatores que direcionam a seleção de frutos por aves é um tema importante para os estudos ecológicos. Registros fenológicos somados a observações de frugivoria são necessários para compreender a dinâmica das interações aves-plantas. A presente dissertação, dividida em dois capítulos, abordou a fenologia e o consumo de frutos por aves em duas espécies de plantas Miconia calvescens e M. prasina. Os objetivos do capítulo 1 foram: descrever, analisar e comparar a fenologia reprodutiva das espécies de plantas amostradas e estimar a disponibilidade de frutos de cada espécie. Quanto ao capítulo 2, os objetivos foram: determinar a guilda de aves consumidoras de frutos das duas espécies, avaliar o conteúdo de carboidratos dos frutos, avaliar a existência de uma correlação entre o valor nutricional da polpa e a riqueza da guilda, assim como frequência de visitação, além de investigar se a produção de carboidratos nos frutos varia ao longo do dia e se o pico de atividade das aves coincide com a produção máxima de carboidratos pelos frutos. O estudo foi conduzido de janeiro a dezembro de 2014 em um trecho de borda de Mata Atlântica, localizado na Ilha Grande, RJ. Foram marcados cinco indivíduos de cada espécie, distantes 200m. Os registros fenológicos foram realizados mensalmente e a intensidade de botões, flores, frutos verdes e frutos maduros foi estimada pelo índice de atividade e índice de Fournier. Para analisar a guilda de aves visitantes, foram feitas observações do tipo árvore-focal, com início às 06:00h e término às 18:00h. Foram calculadas as frequências de visitação total e para cada espécie por intervalo de hora e também a similaridade das guildas de visitantes entre as espécies vegetais por meio do índice de similaridade de Jaccard (Cj). Para a análise dos carboidratos, frutos verdes (n=10) e maduros (n=10) eram coletados a cada 4 horas, congelados e posteriormente liofilizados. A emissão de botões em M. calvescens ocorreu entre janeiro e maio, pico em fevereiro para M. prasina. Miconia calvescens apresentou flores de janeiro a setembro. Em M. prasina o mesmo padrão de surgimento de botões foi observado para flores ao longo do ano, porém com menor intensidade. A produção de frutos verdes para M. calvescens ocorreu de fevereiro a novembro, enquanto para M. prasina ocorreu de abril a junho. Frutos maduros estiveram disponíveis de maio a agosto em M. prasina, e de agosto a dezembro em M. calvescens. A oferta de frutos por M. prasina foi significativamente maior que para M. calvescens, com 23 e 13 espécies de aves visitantes, respectivamente. Lanio cristatus foi a espécie de ave que realizou o maior número de visitas a M. prasina, enquanto Ramphocelus bresilius foi a ave mais frequente quanto ao consumo de frutos de M. calvescens. O pico de visitação por aves ocorreu em julho para M. prasina e em novembro para M. calvescens. O pico de atividade de consumo de frutos pelas aves ocorreu entre 10:00h e 11:00h, havendo uma queda significativa a partir das 12:00h, sendo que um novo pico, embora de menor intensidade, surgiu por volta das 16:00h. Não foi observada diferença na produção de açúcares entre os horários. Os açúcares mais representativos em termos de quantidade foram glicose, frutose e sacarose. Quando comparadas, M. prasina teve mais glicose e frutose que M. calvescens, enquanto esta última teve mais sacarose. Aves passeriformes geralmente evitam sacarose, portanto é possível que o maior número de visitas em M. prasina esteja relacionado ao conteúdo de carboidratos dos frutos