Proposta e análise metodológica para verificação do Padrão D-2 da Convenção BWM (IMO, 2004) referente ao V. cholerae O1 e O139: estudo de caso no porto da Cidade do Rio de Janeiro (Brasil)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Everaldo de Santana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Geografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23171
Resumo: O processo atual de globalização impulsiona a movimentação marítima em todo mundo que, atualmente, responde por cerca de 90% de todas as trocas comerciais entre países, incrementando assim o volume de água de lastro movimentado e, consequentemente, o risco de bioinvasões. Entre todas as espécies presentes neste contexto, esse trabalho é direcionado ao Vibrio cholerae toxigênico (sorogrupos O1 e O139) causador da Cólera: doença entérica caracterizada por acentuado quadro de diarreia, que tem uma íntima relação com as condições ambientais, principalmente o saneamento básico. Entre os anos de 2000 a 2017, foram registrados cerca de 4,7 milhões de casos da doença (com aproximadamente 71 mil óbitos) sendo 81% destas ocorrentes na região áfrico-asiática. O tratamento é realizado por hidratação, antibióticos e em alguns casos vacinação. Entretanto, resistência bacteriana à medicação tem sido evidenciada, em função do processo de transferência genética horizontal. A convenção BWM (IMO, 2004) na sua regra D-2 (Ballast Water Performance Standard) estabelece o vibrio colérico toxigênico como um dos principais bioindicadores padronizados para o controle de qualidade dos sistemas de tratamentos de água de lastro a bordo. Desta forma, em função do intenso fluxo marítimo, a construção de uma metodologia que aponte possíveis “embarcações alvos” para verificação da conformidade do padrão D-2 é um importante desafio. Este trabalho tem como objetivo elaborar, testar e analisar uma proposta metodológica inicial para prevenção de introdução do Vibrio cholerae toxigênico em águas nacionais por descarga de água de lastro, em consonância com o padrão D-2 da Convenção BWM (IMO, 2004), no tocante à especificidade das embarcações a serem amostradas, tendo como estudo de caso o Porto da Cidade do Rio de Janeiro. A metodologia foi balizada na resposta a três perguntas norteadoras: (i) se a região de descarga é vulnerável à introdução do vibrio colérico toxigênico; (ii) se alguma embarcação visitante possui risco de introduzir o vibrio colérico toxigênico por água de lastro e (iii) se os lastros das embarcações visitantes, assim como o local de estudo, têm ocorrência do vibrio colérico toxigênico. Os resultados detectados pelo protocolo estabelecido conseguiram priorizar os “navios alvos” para inspeção com uma redução de mais 90% de todas as embarcações monitoradas, com visitações ao porto de estudo, no período de janeiro de 2016 a janeiro de 2018 (25 meses). Todo protocolo utilizado foi analisado e melhorias e aprimoramentos são sugeridas na conclusão deste trabalho. O protocolo adotado se mostrou bastante promissor, com boas perspectivas de aperfeiçoamentos e aplicação em outros portos nacionais no que se refere à verificação do cumprimento do padrão D-2 na questão do V. cholerae toxigênico