Por uma teoria crítica periférica: crise, colapso e constelações no projeto da modernidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Hilário, Leomir Cardoso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15159
Resumo: O objetivo desta tese é propor uma visada periférica no interior da chamada teoria crítica da sociedade ou Escola de Frankfurt, como é mais conhecida. Entendo que a dinâmica histórica do capitalismo desde a eclosão da crise estrutural da década de 1970, passando pela instauração da crise a nível mundial em 1991 e a grande crise de 2008, é marcada por uma regressão social autodestrutiva, progressiva em ampla escala. Isto significa dizer que o posicionamento da primeira geração frankfurtiana, em especial aquele comum a Theodor Adorno, Max Horkheimer e Herbert Marcuse, que consistia em analisar a sociedade do século XX pondo o acento da reflexão sobre os processos de barbárie, volta a ter grande força explicativa, após a conjuntura favorável dos Trinta Anos Gloriosos (1945-1975). Além desse retorno da plausibilidade da visada frankfurtiana da primeira geração, entendo que observar o capitalismo a partir de uma perspectiva gestada na periferia significa um ganho analítico na medida em que os países periféricos, como o Brasil, jamais experimentaram algo como o arranjo do Estado de Bem-Estar Social pós-guerra, tal como vivenciado nos Estados Unidos e na Europa. Acabamos por produzir, entre nós, uma tradição crítica periférica bastante atenta aos processos de barbárie social, mesmo quando a teoria gestada no centro leia-se, principalmente, Alemanha, Estados Unidos e França abandonou esta visada mais radical. Portanto, para encaminhar esta proposição mais geral, divido a tese nos seguintes capítulos: no primeiro, chamado Crítica, totalidade e constelações: construção de um pensamento dialético, busco expor as noções-chave das reflexões que vou encaminhar no decorrer da tese; no segundo capítulo, intitulado Críticas da totalidade: pensar em tempos de crise sistêmica, busco afirmar a importância da teoria da crise para uma análise crítica radical da atualidade; no terceiro capítulo, intitulado Totalidade constelar: por uma teoria crítica periférica, tenho como objetivo apresentar a tradição crítica periférica brasileira por meio de alguns nomes com os quais tenho mais afinidade teórico-política (são eles: Caio Prado Jr., Antonio Candido, Roberto Schwarz, Francisco de Oliveira, Paulo Arantes, Marildo Menegat, com um excurso dedicado a Jorge Coelho Soares e Stefan Gandler); e o quarto capítulo, chamado Crítica das constelações: mal-estar na civilização periférica, necropolítica e ecos zapatistas, onde tento lançar alguns dos objetos de análise de uma teoria crítica periférica da atualidade brasileira. Todos estes capítulos visam dar conta, a partir de um ponto de vista crítico da periferia , das dinâmicas de crise, colapso e constelações no seio do projeto da modernidade. Ou seja, procuro apontar, ao mesmo tempo, movimentos regressivos históricos amplos e possibilidades de ruptura com a totalidade concreta capitalista