O papel da suplementação dietética com óleo de chia (Salvia hispanica L.) sobre o remodelamento morfofuncional do tecido adiposo branco em camundongos C57Bl/6
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Biociências |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22546 |
Resumo: | O remodelamento do tecido adiposo (TA) é um processo dinâmico que ocorre em situações de privação ou excesso de nutrientes. Na obesidade, a expansão prejudicial deste tecido pode aumentar o risco de desenvolvimento de comorbidades. Investigamos o efeito da suplementação com óleo de chia (SOC), a mais rica fonte vegetal de ácidos graxos w3, sobre o remodelamento do TA branco em animais eutróficos e obesos e suas implicações na saúde metabólica de camundongos machos C57Bl/6. Esses camundongos, com 30 dias de vida, foram mantidos sob dieta normolipídica ou dieta hiperlipídica por 9 semanas. Depois, cada grupo foi subdividido, os quais receberam as respectivas dietas suplementadas com óleo de chia durante 7 semanas. Em animais eutróficos, a SOC induziu um aumento da glicemia de jejum, da tolerância à glicose e do colesterol LDL e, reduziu os níveis séricos de insulina, sem afetar o peso e a composição corporal. Nos TA subcutâneo (TAS) e epididimal (TAE), a SOC aumentou a secreção de TNF-α, enquanto os níveis de IL-10 aumentaram apenas no TAE. A análise por metabolômica mostrou que a SOC induziu um aumento da produção de lactato pelo TAE, sem alterações no consumo de glicose. Em animais obesos, a SOC diminuiu o acúmulo de gordura corporal e aumentou a massa livre de gordura. A avaliação da homeostase glicêmica desses animais mostrou que a SOC foi capaz de melhorar a tolerância à glicose e reduzir os níveis séricos de insulina. Além disso, reduziu os níveis de triglicerídeos e aumentou o colesterol HDL. Nos diferentes compartimentos de tecido adiposo, observamos que a SOC reduziu a massa do TAE, diminuindo a área dos seus adipócitos. No TAS, a SOC não alterou a massa do tecido, porém, aumentou o número de células. Em relação ao perfil de citocinas secretadas pelo TA, vimos que a SOC aumentou a produção de IL-10 e reduziu MCP-1 pelo TAS e, diminuiu os níveis de IL-10, aumentando os níveis de TNF-α pelo TAE. A análise in vitro do potencial proliferativo e de diferenciação das células-tronco mesenquimais presentes na fração vascular do estroma do TAS e TAE mostrou que a SOC inibiu a resposta proliferativa e de diferenciação adipocitária no TAS, e aumentou a diferenciação em adipócitos no TAE. Observamos ainda que a SOC induziu um aumento na expressão de UCP-1 no TAS, sem alterar a expressão no TAE. A análise por metabolômica mostrou que a SOC aumentou a secreção de lactato apenas no TAE. Por fim, observamos que a incubação de macrófagos RAW264.7 com o meio condicionado dos diferentes tecidos adiposos por 24 h não foi capaz de induzir um aumento na expressão proteica de iNOS e arginase. Nossos resultados mostram que a SOC em animais eutróficos e obesos induz o remodelamento do tecido adiposo branco, atuando de maneira distinta nos compartimentos subcutâneo e epididimal e promove um aumento da sensibilidade a insulina. Além disso, mostramos de forma inédita que a obesidade e a SOC são capazes de modificar o perfil de metabólitos secretados pelos diferentes compartimentos de tecido adiposo. |