A imagética da arte: a leitura de Gaston Bachelard pelo viés da imaginação material

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Brigida, Raissa Vasques de Santa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12192
Resumo: A presente tese de doutorado tem por objetivo tratar da imaginação material teorizada pelo filósofo francês Gaston Bachelard (1884-1962) e sua aplicação nas artes plásticas. Este trabalho se configura como uma pesquisa inédita na medida em que aplica um conceito formulado e desenvolvido por Bachelard na vertente poética de seu pensamento a partir da literatura e da poesia em sua aplicabilidade nas artes plásticas. Mostrar-se-á a presença e atuação da imaginação material em pinturas, gravuras, esculturas.O presente texto tem por objetivo analisar essas passagens de O direito de sonhar onde o filósofo pensa as obras de arte ressaltando seus aspectos materiais, mostrando como a arte plástica, embora de contemplação visual, pode e deve ser imaginada materialmente. Assim, analisamos as obras de Claude Monet - As ninféias e as Catedrais de Rouen; de Marc Chagall A Bíblia e suas gravuras; as gravuras de Albert Flocon e de Louis Marcoussis, bem como o trabalho de José Corti, seu amigo e editor; as esculturas de Eduardo Chillida e de Henry de Waroquier. Visando ressaltar a materialidade dessas obras de arte, ou seja, a imaginação material desses artistas, bem como os expectadores dessas obras, será percorrido o universo estético de Bachelard, que as analisa com exímio primor, com uma linguagem também poética capaz de encantar qualquer leitor apaixonado por arte. Ao mostrar a materialidade em obras que se apreendem pelo olhar, Bachelard percorre um caminho de superação da dicotomia matéria-forma, pois as superfícies desses objetos artísticos também revelam um onirismo essencialmente material. O trabalho segue a seguinte estrutura: o primeiro capítulo discute o papel da imagem e da imaginação no pensamento bacheladiano, mostrando como aparece no seu pensamento epistemológico, e depois abre-se para uma nova vertente.O segundo capítulo apresentará a imaginação material, como ela aparece conceituada em meio às análises literárias, destacando suas diversas possibilidades de definição. O capítulo três trará os textos bachelardianos sobre as artes plásticas vinculados com seus conceitos sobre materialidade, para bem caracterizar a imaginação material que se faz presente também nas artes plásticas. A conclusão tem a pretensão de mostrar como a arte, em geral pode e deve ter uma inspiração bacheladiana. Esse trabalho se configura como um aprofundamento da dissertação de mestrado, A noção de Materialismo em Gaston Bachelard, defendida em 2009 também na Uerj. Neste trabalho prévio, percorreram-se as duas vertentes do pensamento bachelardiano, a epistemologia e a poética, fundamentando o Materialismo inerente a sua filosofia. Esse materialismo não se confunde com qualquer outra forma denominada de materialismo na história da filosofia.