Papel da exposição neonatal a bromocriptina (agonista dopaminérgico tipo 2) sobre o perfil hormonal e metabólico de ratos
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Biociências |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16191 |
Resumo: | A inibição de prolactina materna no final da lactação com uso de bromocriptina (BRO), aumenta a transferência de leptina através do leite e causa hiperleptinemia e desnutrição da prole ao desmame (PN21), enquanto na idade adulta (PN180) leva ao aumento da gordura visceral, dislipidemia, resistência a leptina e a insulina, hipotireoidismo, hipoprolactinemia, hipercosticosteronemia e aumento do conteúdo de catecolaminas na adrenal, NPY hipotalâmico e ansiedade. Sabendo que algumas dessas alterações são encontradas no modelo de hiperleptinemia neonatal, é concebível que algumas dessas alterações estejam associadas ao aumento da passagem de leptina através do leite. Não podemos ainda descartar o fato de que a BRO também é transferida pelo leite. Assim, o nosso primeiro objetivo (Experimento 1) foi avaliar no modelo de hipoprolactinemia materna, a presença de um segundo pico de leptina na prole em PN30, como aquele que ocorre no modelo de hiperleptinemia neonatal. O segundo objetivo da nossa pesquisa (Experimento 2) foi avaliar os efeitos à longo prazo da BRO, injetando-a diretamente nos filhotes. Experimento 1: ratas lactantes foram tratadas com bromocriptina (BRO), 0,5mg duas vezes ao dia ou metanol-salina (CON) durante os 3 últimos dias de lactação. Os animais foram sacrificados em PN22 e PN30. Experimento 2: ratos machos receberam BRO, 0,1g uma vez ao dia, ou metanol-salina (CON), do dia pós natal 1 ao 10° ou do dia pós natal 11o ao 20°. Os animais foram sacrificados em PN180. Os animais do experimento 1 apresentaram em PN22 menor peso, ingestão, glicemia e expressão do RNAm de leptina, porém maior sensibilidade hipotalâmica a leptina. Em PN30 os animais apresentaram menor comprimento e gordura mesentérica, com maior expressão do RNAm de leptina nesse tecido acompanhada de hiperleptinemia, hiperglicemia, maior colesterol plasmático e hepático, e diminuição de HDL-c. Os animais do experimento 2 que receberam BRO em PN1-10, apresentaram aos 180 dias menor ingestão, hipoprolactinemia, maior expressão de POMC núcleo no arqueado (ARC), maior conteúdo de tirosina hidroxilase (TH) na área tegmental ventral (VTA), de dopa decarboxilase (DDc), receptor D2 e receptor opióide-u no núcleo accumbens (NAc) além de aumento de ansiedade. Observamos também menor ação da leptina, TRH, TSH, T3, Dio1, GPDm e UCP-1. Os animais que receberam BRO em PN11-20, apresentaram na idade adulta, maior ingestão alimentar e hiperprolactinemia, aumento na pressão arterial, hipercorticosteronemia, menor expressão de POMC no ARC, menor conteúdo de TH no VTA e do transportador de dopamina (DAT) no NAc além de menor ansiedade, maior OBR-b, TRH, T3, Dio2, GPDm e UCP-1. Em conclusão, semelhante ao modelo de hiperleptinemia, o pico secundário de leptina em PN30 sugere um papel crucial da leptina como fator de imprinting no modelo de hipoprolactinemia materna. Já a exposição direta a BRO no inicio da vida mostrou-se deletéria em longo prazo, causando distúrbios metabólicos, hormonais, dopaminérgico e comportamental, sendo estes dependentes do período do desenvolvimento em que o insulto é causado. |