Trajetórias que se encontram: análise comparativa da inserção do Brasil e da África do Sul em seus entornos regionais (1998-2018)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Costa, Murilo Gomes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Estudos Sociais e Políticos
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18248
Resumo: A tese possui como objetivo geral a análise das trajetórias de inserção de duas potências regionais não-nucleares do Sul – o Brasil e a África do Sul – em seus respectivos entornos regionais, a partir de uma interlocução entre a literatura sobre potências regionais e a própria ideia de construção de regiões. Para tal foi mobilizado um modelo de análise comparativa que envolve os conceitos de entorno regional – em três dimensões, a simbólica, a política e a de localização geográfica – e o de Grande Estratégia, associando tais conceitos ao debate sobre potências regionais. A hipótese que orienta a pesquisa entende que a formulação e a implementação de uma Grande Estratégia – entendida como um proxy da ideia de ambição de graduação no sistema internacional – influi e gera consequências que podem ser evidenciadas e identificadas na dimensão relacional das Potências Regionais do Sul com os em seus entornos regionais. Ou seja, entende-se a construção e a implementação de uma Grande Estratégia como uma evidência de um processo de graduação. No entanto, a formulação de uma Grande Estratégia passa por reunir condições – a articulação da política externa e da política de defesa; as capacidades materiais; a vontade política e a capacidade de mobilização e coesão das elites estratégicas – que irão variar e ser influenciadas por conjunturas críticas domésticas e externas, vivenciadas por cada país estudado, ao longo da sua trajetória. A operacionalização empírica deste modelo, por sua vez, é feita a partir de um método de análise de trajetórias – similar ao método de process tracing – visto que entendemos que para compreender o desenvolvimento de uma Grande Estratégia no recorte temporal da tese, torna-se necessário ter em mente a existência de uma dependência da trajetória com os momentos anteriores. É por meio da análise histórica de suas trajetórias – dividida em momentos –, que poderemos compreender e demonstrar como as condições para a elaboração de uma Grande Estratégia vão se atualizando e como a Grande Estratégia vai se definindo, em cada um dos casos. Tendo em vista que os casos selecionados para a análise comparativa da tese foram o Brasil e a África do Sul, adotou-se um recorte temporal que possui ênfase nos governos Lula (2003-2010) e Dilma (2011-2016), no Brasil, e Mbeki (1999-2008) e Zuma (2009-2017), na África do Sul. Portanto, na tese foi feita uma combinação do método de análise “dentro de cada caso” (within-case analysis), isto é, um estudo detalhado tanto da trajetória brasileira, como da trajetória sul-africana, bem como na comparação entre esses dois casos (cross-cases), destacando as semelhanças e diferenças, bem como os avanços e retrocessos na formulação e implementação de uma Grande Estratégia do Brasil e da África do Sul, buscando extrair da comparação argumentos analíticos que validassem a hipótese da pesquisa.