Traduções de Machado de Assis na Argentina (1905-2019): alguns aspectos textuais, paratextuais e contextuais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Restom, Débora Garcia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21486
Resumo: Esta pesquisa busca investigar, a partir de um corpus constituído por algumas traduções da obra ficcional de Machado de Assis publicadas na Argentina entre 1905 e 2019, a função dada a elas no contexto cultural de chegada, em quatro momentos distintos: um primeiro período (1905-1935), em que houve o surgimento da imprensa de massas e o crescimento do público leitor; um segundo período (1939-1958), em que a indústria editorial passou por uma grande expansão; um terceiro período (1971-1979), em que vários regimes ditatoriais ocorreram em toda a América Latina, afetando a atividade editorial; e um quarto período (1992-2019), em que houve, como resposta a um processo de concentração e globalização, uma eclosão de editoras independentes. Em cada um dos momentos recortados, a abordagem focalizou, em primeiro lugar, o contexto da importação, principalmente a intermediação de diversos agentes da tradução, tais como editores, tradutores, ilustradores, críticos, atores estatais; em segundo lugar, os paratextos, incluindo a ilustração da capa, entendida como transposição intermidiática; em terceiro lugar, o próprio texto traduzido. Alguns dos aspectos analisados nos três níveis de abordagem dizem respeito aos critérios de seleção dos textos traduzidos, ao modo como a obra foi apropriada, à visibilidade do tradutor no paratexto, à relação dos textos traduzidos com as ilustrações, a algumas estratégias de tradução referentes, por exemplo, à onomástica, à falta de item lexical equivalente na língua-alvo, ao nível de linguagem. Os aportes teóricos utilizados são oriundos da Teoria dos Polissistemas, desenvolvida por Even-Zohar; do conceito de normas tradutórias, de Toury; das noções de reescrita e de patronagem, de Lefevere; da Sociologia da Tradução, na linha de Heilbron, Sapiro e Casanova; da Teoria do Paratexto, de Genette, e do Paratexto do Livro Traduzido, de Gerber, Pellatt, Carneiro e Batchelor; de algumas ferramentas dos Estudos da Intermidialidade, de Clüver e Rajewsky. Por meio dessas análises, verificou-se que a função dada às traduções da obra ficcional de Machado de Assis no sistema literário argentino variou, segundo a atuação dos diversos agentes, entre a pedagógica, de entretenimento, identitária, ideológica e estética