Testículo retrátil: estudo do músculo cremaster e de anomalias associadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Anderson, Kleber Moreira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/8521
Resumo: Esta tese tem como objetivo avaliar a incidência de anomalias anatômicas em pacientes com testículos retráteis (TR) e analisar a estrutura do músculo cremaster nesses pacientes, comparando a distribuição dos nervos, sistema elástico e da musculatura com a dos pacientes portadores de criptorquidia e hérnia inguinal (HI). Utilizou-se 20 pacientes com testículos verdadeiramente retráteis (28 testículos), que foram comparados com 25 fetos humanos com o testículo em posição escrotal (50 testículos). Foram analisadas as relações entre testículo, epidídimo e patência do conduto peritônio-vaginal (PV). Para avaliar as relações entre o testículo e o epidídimo, foi utilizada uma classificação de Scorer e Farrington modificada. Para analisar a estrutura do PV, foram consideradas duas situações: (a) obliteração do PV entre anel inguinal interno e polo superior do testículo e (b) patência do PV. Foi utilizado o teste qui-quadrado para análise das populações em estudo. Em continuidade ao trabalho, foram estudados 31 pacientes, 17 com TR (idade média = 5,17anos); nove com HI (idade média = 2,6 anos) e cinco com criptorquidia (idade média = 3 anos). Foi realizada biópsia do cremaster, cujo material obtido foi submetido aos processamentos histológicos de rotina. O músculo liso, os nervos, o tecido conectivo e fibras elásticas foram estudados mediante a utilização de métodos histoquímicos e imuno-histoquímicos. Os 25 fetos tinham idades entre 26 a 35 semanas após concepção (SPC) e os 20 pacientes com testículo retrátil tinham idade entre 1 a 12 anos (média 5,8). Nos 50 testículos fetais, foi observada a patência completa do PV em dois casos (4%) e anomalias epididimais (EAs) em apenas um testículo (2%). Dos 28 testículos retráteis, foi observada a patência do PV em seis casos (21,4%) e EAs em quatro pacientes (14,28%). Quando comparada a incidência de EAs e patência do PV nos testículos retráteis com o feto, foi observada uma prevalência significativamente maior destas anomalias nos testículos retráteis (p=0,0116). No estudo comparativo entre pacientes com testículo retrátil, criptorquídicos e com hérnia inguinal, não foi observada diferença (p=0,08) no diâmetro da fibra muscular entre os grupos: TR (média = 22,80μ, DP=9,84), HI (média=22,76μ, DP= 3,01) e criptorquidia (média=24,75μ, DP=7,02). A densidade da fibra muscular apresentou diferença entre os pacientes com TR e o grupo com HI (p=0,02): retrátil (média=17,71%, DP=16,67), HI (média=38.06%, DP=14) e criptorquidia (média=21.47%, DP=16,18). Não houve diferença (p=0,07) na densidade das fibras elásticas entre os três grupos: TR (média=8,9%, DP=2), HI (média=8,92%, DP= 1,55) e criptorquidia (média=10,47%, DP=1,95). Observou-se menor concentração dos nervos no cremaster de pacientes com TR quando comparados com HI (p=0,0362): TR (média=1,72%, DP=0,58), HI (média=3,28%, DP= 0,94) e criptorquidia (média=2,52%, DP=0,53). Conclui-se que o testículo retrátil não é uma variante normal, podendo apresentar patência do conduto peritônio-vaginal, anomalias do epidídimo e alterações significativas na estrutura do cremaster, com menos fibra muscular e nervos quando comparado com os pacientes com hérnia inguinal e similar aos pacientes com criptorquidia.