Experiências de perdão interpessoal e fatores facilitadores de sua ocorrência
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/15218 |
Resumo: | O perdão interpessoal é considerado um fenômeno multidimensional por meio do qual as respostas negativas iniciais afetivas, cognitivas e comportamentais , de uma vítima em direção a um ofensor, são transformadas em outras mais positivas. Desse modo, o perdão funciona como um dos caminhos possíveis para a superação da mágoa. A literatura aponta diversos benefícios físicos, psicológicos e sociais associados à sua ocorrência, como melhor qualidade do sono, menos ansiedade e relacionamentos mais duradouros. Embora seja visto como algo que é bom para o indivíduo e para as relações, sua ocorrência não é fácil e costuma levar tempo. Dados os seus benefícios, considera-se importante conhecer fatores facilitadores de sua promoção. Identificar tais fatores é o objetivo geral desta tese. Para isso, quatro estudos foram realizados. O primeiro foi uma revisão sistemática da literatura, na qual foram investigadas as ferramentas empregadas para favorecer o perdão em intervenções terapêuticas. A partir dos descritores forgiveness , intervention e therapy , a busca foi feita nas bases Pepsic, Lilacs, PubMed e PsycInfo. A amostra ficou composta por 20 artigos que foram lidos integralmente para a formação das dimensões de análise. No segundo estudo, foi elaborado um questionário para a realização de entrevistas sobre experiências espontâneas de perdão. 20 participantes compuseram a amostra. As entrevistas foram analisadas seguindo procedimentos de análise de conteúdo. O estudo três objetivou ampliar a compreensão acerca da contribuição dos fatores identificados no segundo trabalho, de modo que os participantes foram solicitados a hierarquizar os fatores de acordo com sua importância para o perdão, identificando os cinco mais relevantes. Foi feito o somatório dos valores atribuídos pelos participantes a cada fator. 167 adultos participaram respondendo a um questionário elaborado para esta pesquisa. O estudo quatro objetivou verificar o valor preditivo das dimensões cognitiva e afetiva da empatia, da resiliência e do grau de mágoa sobre os domínios cognitivo, afetivo e comportamental do perdão. Para isso, 167 adultos completaram o Inventário de Empatia, a Escala de Resiliência e o Enright Forgiveness Inventory. As medidas foram correlacionadas e também se utilizaram testes de regressão. Em conjunto, os estudos sustentam a importância da empatia (especialmente da dimensão cogitiva) e da resiliência para o perdão. Isso significa que, para perdoar, a vítima precisa ter uma postura engajada no processo de superação da adversidade interpessoal. A mobilização resiliente que envolve o esforço para entender a perspectiva, as razões e os sentimentos que subjazem os comportamentos observáveis do ofensor é essencial para que o indivíduo assuma o controle de suas emoções e não fique à mercê de fatores externos para obter alívio da mágoa. Em termos dos motivos para perdoar, os resultados destacaram o papel da percepção dos prejuízos pessoais acarretados pelo não perdão. Os fatores externos como, por exemplo, o pedido de desculpas, embora contribuam para o perdão, não são tão importantes quanto os recursos empreendidos pelos indivíduos. Conclui-se sobre a importância de desenvolver nas vítimas a capacidade empática e a crença em suas forças pessoais para alcançar o perdão interpessoal |