A participação dos receptores D2 e 5-HT2 e a influência do ambiente sobre a resposta locomotora induzida por cetamina
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18251 |
Resumo: | O antagonista não competitivo de receptores NMDA, cetamina, teve seu uso restrito na medicina humana devido aos seus efeitos secundários, atribuídos a doses subanestésicas. Atualmente além dessa droga ser utilizada como modelo experimental da esquizofrenia, também é usada de forma recreativa. Visto a contribuição da sensibilização comportamental ao estudo de efeitos antipsicóticos e da drogadição, o presente trabalho objetivou: no experimento 1 (exp1) avaliar o desenvolvimento e a expressão da sensibilização comportamental induzida por doses subanestésicas (30 e 50 mg/kg) de cetamina; nos experimentos 2 e 3 (exp2 e exp3), respectivamente, investigar o papel dos antagonistas D2, racloprida, e 5-HT2, cetanserina; e, por último, no experimento 4 (exp4) avaliar a habilidade da cetamina em produzir resposta locomotora tanto condicionada quanto contextualmente sensibilizada. Para isso, camundongos suíços adultos foram submetidos a 3 dias consecutivos de habituações no campo aberto por 60 (exp1) ou 20 (exp2-3-4) minutos. Após a fase de habituação, cada experimento seguiu seus procedimentos específicos. No exp1, 7 dias consecutivos de exposição a 30 ou 50 mg/kg de cetamina mostraram que a dose de 30 mg/kg desenvolveu uma resposta locomotora sensibilizada e após 5 dias de retirada essa mesma dose expressou também uma resposta locomotora sensibilizada. Devido ao sucesso dessa dose e a não diferença entre os sexos, adotou-se utilizar animais machos e a dose de 30 mg/kg nos demais experimentos. No exp2, o tratamento por 7 dias consecutivos de cetamina antecedida por racloprida mostrou que o bloqueio de D2 preveniu tanto o desenvolvimento quanto a expressão da sensibilização comportamental produzida por cetamina, mesmo a racloprida per se não diminuindo a locomoção. Consistentemente, o exp3 mostrou prevenção de ambas as respostas quando a cetamina foi precedida pelo antagonista 5-HT2, cetanserina. Por fim, o exp4, com o esquema de 7 repetições diárias de injeções não associadas e associadas ao ambiente teste, mostrou que a cetamina administrada de forma associada produziu locomoção condicionada mediante ao desafio de salina após dois dias de retirada. Além disso, foi mostrado que a cetamina administrada de forma associada produziu sensibilização dependente do contexto ambiental. Em suma, a cetamina na dose de 30 mg/kg desenvolveu e expressou uma resposta locomotora sensibilizada, a qual foi prevenida tanto pelo antagonismo de D2 quanto pelo de 5-HT2. Curiosamente a mesma dose interagiu com fatores ambientais, resultando numa locomoção condicionada e numa sensibilização dependente do contexto. Portanto, o presente trabalho sugere um papel fundamental tanto dos receptores D2 e 5-HT2 quanto do contexto ambiental na evocação da sensibilização comportamental produzida por cetamina. |