Parece piada, mas não é: análise cartográfica dos discursos em memes políticos na cena política brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Menezes, Thatiana Muylaert Siqueira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17491
Resumo: O objetivo principal desta pesquisa é o de compreender como se constroem, especialmente, os posicionamentos de aliança e de rivalidade no debate político, através das práticas discursivas meméticas, que se materializam por meio das linguagens verbal e visual. Tais “(des)encontros” discursivos configuraram uma polarização política no cenário brasileiro compreendido entre os anos de 2016 – saída de Dilma Rousseff do poder – a 2019 – em que já se percebia as concepções neoliberais reforçadas pelo governo federal atual. Para isso, foram analisados 30 memes, retirados das redes sociais, destacando a relação interdiscursiva (MAINGUENEAU, 2008) entre esses memes políticos e outros gêneros discursivos (MAINGUENEAU, 2013), constituindo um circuito interativo entre práticas que aparecem tanto no on-line como no off-line. As noções acerca da interincompreensão (MAINGUENEAU, 2008) também contribuem com a análise do córpus, já que possibilitam a tradução do discurso-paciente pelo discurso-agente. Com o intuito de mostrar de que modo a figura de leitor das práticas discursivas meméticas pode transitar de “identificador” a “leitor-cartógrafo” no mapeamento do território-meme, é necessário salientar as ferramentas de análise propostas por Joly (1996) e Barthes (1990), principalmente, tendo em vista que as práticas discursivas que compõem nosso córpus são materializadas também pelo visual. O trabalho foi realizado por meio da associação entre as teorizações postuladas por Dominique Maingueneau (1984; 1996; 2008; 2010; 2013; 2014; 2015), acerca dos fundamentos discursivos, e das concepções de Deleuze e Guattari (1995) e de Rolnik (2016) sobre a perspectiva cartográfica e do cartógrafo, possibilitando o entendimento desta tese como uma Análise Cartográfica do discurso (DEUSDARÁ; ROCHA, 2021), que, através das ferramentas discursivas, compreende o pesquisar como uma relação inextricável entre pesquisador e objeto, valorizando o percurso e o processo de produção das pesquisas que trabalham com linguagem. Ademais, as concepções acerca da paródia (SANT’ANNA, 1998), do conceito do vocábulo meme (DAWKINS, 1979), da inscrição discursiva sociopolítica dos memes (SHIFMAN, 2013; 2014, CHAGAS, 2018; 2019) nas plataformas digitais, da persuasão (SANTAELLA, 2012) e do humor (POSSENTI, 2018) foram revisitadas por serem também componentes contribuidores para a produção dos efeitos de sentido dessas práticas discursivas. Dessa forma, é possível concluir que os memes políticos se constituem na cena política brasileira como práticas discursivas agregadoras de reflexão e de crítica perante a sociedade atual, bem como um gênero discursivo capaz de promover uma guerra, nada silenciosa, entre as subjetividades que perpassam a contemporaneidade