Gênero e currículo pós 2016: a política e o político
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21845 |
Resumo: | Esta pesquisa propõe uma articulação entre os campos do currículo e do gênero tendo como recorte o período pós 2016 no contexto nacional. Para isso, busquei aproximações com a perspectiva pós-estruturalista notadamente a partir da Teoria do Discurso (TD) de Chantal Mouffe e Ernesto Laclau, em especial, com as categorias de hegemonia, política e político. Há também um investimento na categoria de performatividade de gênero, a partir de Judith Butler. O objetivo central foi investigar, a partir de uma análise documental, possíveis articulações do debate de gênero na Base Nacional Comum Curricular - BNCC (BRASIL, 2018) e na Base Nacional Comum Curricular para Professores da Educação Básica – BNC-Formação (BRASIL, 2020), tal como investigar que sentidos foram atribuídos ao gênero. Gênero e currículo são compreendidos como significantes em disputa. Defendo ambos como prática discursiva construída num terreno instável e conflituoso – o político (LOPES e MACEDO, 2011; MOUFFE, 2015, BUTLER, 2018), o que implica na impossibilidade de encerramento de sentidos para eles. Isso me leva a negar a existência de uma identidade de gênero por trás das expressões de gênero o que me leva a defender que a constituição da identidade sempre é performativa (BUTLER, 2017). Os resultados das investigações apontaram associações que permitem uma prática discursiva performativa em que o movimento político tenta produzir formas de intervenção na esfera da política. Com isso, houve certa sedimentação da perspectiva de gênero como constituição biológica, perspectiva essa que já estava sendo deslocada por meio de lutas, por exemplo, dos movimentos feministas e dos grupos LGBTQIAPN +. Tal sedimentação é entendida como uma repercussão do ganho de força dos grupos neoconservadores, o que fica explícito a partir do slogan Ideologia de gênero, do Programa Escola sem partido e das fake News “kit gay” e “mamadeira de “piroca””, amplamente difundidas no período definido para a pesquisa. Por compreender a precariedade da política, assim como a impossibilidade de plenitude do consenso (MOUFFE, 2015) aposto em uma política radicalmente democrática. Uma política que, embora não seja capaz de atender a todas as demandas, visto seu caráter de exclusão, dispute pela hegemonização de uma ordem que não exclua demandas por inclusão. E sim, privilegie articulações que busquem combater as diferentes formas de discriminação e violência, dentre as quais se inclui as de gênero. |