Obesidade parental e programação fetal: fígado e via de sinalização da leptina (JAK/STAT) no hipotálamo da prole
Ano de defesa: | 2015 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Biologia Humana e Experimental |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7789 |
Resumo: | A obesidade materna pode refletir em efeitos deletérios na prole adulta, porém, estudos recentes indicam a participação paterna em tal desfecho. Este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da obesidade materna e/ou paterna, nos filhotes machos e fêmeas, na massa corporal, metabolismo de carboidratos e de lipídeos, nos componentes das vias de lipogênese e beta-oxidação hepática, nos mediadores da via de sinalização da leptina (JAK/STAT), dos neurotransmissores reguladores do apetite, assim como dos marcadores de inflamação local. Camundongos C57BL/6 machos e fêmeas com quatro semanas de idade foram separados em dois grupos: dieta controle (SC, 17% da energia proveniente dos lipídeos) ou dieta hiperlipídica (HF, 49% da energia proveniente dos lipídeos). O acasalamento ocorreu quando os progenitores completaram 12 semanas de idade e, ao nascimento, os filhotes foram identificados de acordo com as dietas materna, paterna e o sexo. Os filhotes receberam somente dieta SC do desmame até 12 semanas de idade, quando foram sacrificados. Avaliou-se a massa corporal (MC), ingestão alimentar, insulina e leptina plasmáticas, perfil lipídico, tolerância à glicose, concentrações de triglicerídeos (TG) hepáticos e estimativa da esteatose hepática, com análise da expressão gênica e proteica de componentes das vias de lipogênese e beta-oxidação, via de sinalização da leptina JAK/STAT no hipotálamo, presença de inflamação local e expressão gênica e proteica de neurotransmissores reguladores do apetite. As diferenças entre os grupos foram analisadas por One Way ANOVA seguida do pós-teste de Holm-Sidak, enquanto interações entre dietas materna e paterna e sexo dos descendentes foram avaliadas através de Three Way ANOVA. Em todos os casos, p<0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Proles de mães obesas: apresentaram aumento de MC a partir da segunda semana de vida (p<0,01), hiperleptinemia, hiperinsulinemia e intolerância à glicose com piora do perfil lipídico ao final do experimento (p<0,001). Apresentaram esteatose hepática, com ativação da lipogênese e inibição da beta-oxidação, resultando em elevação de TG hepáticos. Houve diminuição do receptor ObRb com prejuízos na via JAK/STAT, aumento de SOCS3, maior expressão gênica e proteica de NPY e diminuição de POMC, resultando em hiperfagia (p<0,0001). Notou-se também inflamação hipotalâmica (p<0,001). Proles de pais obesos: demonstraram intolerância à glicose e hiperinsulinemia (p<0,01), esteatose hepática pela ativação da lipogênese hepática, sem alterações na via JAK/STAT e no comportamento alimentar, porém com presença de alguns marcadores de inflamação local. Proles de mães e pais obesos: apresentaram maior MC desde o nascimento (p<0,01) e todos os efeitos deletérios observados foram maximizados. Conclui-se que a obesidade materna resulta em obesidade, distúrbios metabólicos e hepáticos e hiperfagia nas proles, devido à mudanças na sinalização da leptina no hipotálamo, associadas à inflamação local. A obesidade paterna ocasiona apenas intolerância à glicose, hiperinsulinemia, esteatose hepática e presença de alguns marcadores inflamatórios no hipotálamo, entretanto, quando ambos progenitores são obesos, esses efeitos são maximizados nos descendentes. |