“O Maraca é nosso!”: da “monumentalidade das massas” ao “padrão-FIFA” - neoliberalização da cidade, elitização do futebol e lutas sociais em torno do Maracanã
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Geografia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Geografia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16396 |
Resumo: | A finalidade dessa tese é analisar os diferentes sentidos atribuídos ao Maracanã, da construção de um estádio monumental apropriado pelas massas ao “padrão-FIFA”. Essa reflexão foi feita destacando os impactos da reforma para a Copa de 2014, da concessão do estádio à iniciativa privada, da aceleração da elitização do futebol e da neoliberalização da cidade, e as lutas de resistência a esses processos, sobretudo daqueles diretamente atingidos. O presente trabalho tem origem na militância no Comitê Popular da Copa e das Olimpíadas do Rio de Janeiro, especialmente na campanha “O Maraca é nosso!”. A decisão de definir o Maracanã como objeto de pesquisa tem o intuito de registrar a luta política em torno do estádio e aprofundar alguns questionamentos que surgiram ao longo desse processo. A análise parte da perspectiva que as formas espaciais são resultado da ação de agentes que atuam em múltiplas escalas, com interesses e estratégias distintas, fontes de conflitos e contradições. Para o desenvolvimento do trabalho, além da revisão bibliográfica sobre os temas em tela, foi realizada pesquisa sobre o Maracanã em jornais de grande circulação na cidade, especificamente os seguintes veículos e recortes temporais: Jornal dos Sports, final da década de 1940; Jornal do Brasil, décadas de 1980 e 1990; e O Globo, para anos 2000. Foram levantadas fontes documentais relacionadas ao processo de tombamento do Maracanã pelo IPHAN e às obras da Copa do Mundo de 2014 em sites do governo federal. Foi analisado também o Edital de Concessão do Maracanã. Além disso foi realizado grupo focal com militantes que atuaram contra os impactos da reforma e concessão do estádio. Observou-se que a realização da Copa impulsionou um processo de destruição criativa de formas e institucionalidades urbanas que, para atender aos interesses dos agentes hegemônicos, tem como resultado a desterritoralização e a violação de direitos das camadas mais vulneráveis da sociedade. Por outro lado, às resistências mostraram-se efetivas, garantindo vitórias, ainda que parciais, às classes populares, o que foi expresso no recuo do governo do estado na sua proposta de demolição dos equipamentos do entorno do Maracanã. |