Ecologia comportamental do cavalo-marinho brasileiro Hippocampus reidi Ginsburg, 1933 em recifes rochosos do estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Meurer, Natalie Villar Freret
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16120
Resumo: Os cavalos-marinhos são teleósteos que apresentam limitação na movimentação, devido à presença da cauda preênsil e à propulsão ser gerada pela nadadeira dorsal. Esta dificuldade proporciona um comportamento sedentário à espécie. O incremento de massa corporal do macho durante o período de incubação (presença de bolsa incubadora) possivelmente promove maior sedentarismo ao mesmo neste período. O maior sedentarismo acaba acarretando em um comportamento de defesa territorial por recursos, sendo estes alimentares, por parceiro ou / e em defesa da prole. A distribuição da espécie Hippocampus reidi é desconhecida no estado do Rio de Janeiro. O presente estudo teve como objetivos: I) determinar a distribuição dos cavalos-marinhos e relacionar as variáveis ambientais com a densidade de H. reidi; II) avaliar o grau de sedentarismo; III) descrever o comportamento territorialista intraespecífico e intra-sexual do macho do cavalo-marinho H. reidi. O trabalho foi realizado ao longo da costa do estado do Rio de Janeiro. Foi utilizado mergulho livre em apnéia (snorkeling) e censo visual para estudar os aspectos comportamentais e a distribuição de Hippocampus reidi. A distribuição do cavalo-marinho foi determinada por transecções de 20 x 5 m. O percentual de cobertura do substrato, oxigênio dissolvido e a temperatura foram aferidos em campo e a salinidade e turbidez foram analisadas em laboratório.O sedentarismo foi avaliado através do método indivíduo focal com tempo de uma hora para cada indivíduo. O territorialismo foi testado através de experimento in situ através da translocação individual de machos incubando e não incubando no território de machos incubando e também não incubando. A distribuição dos cavalos-marinhos ocorreu em manchas ao longo do estado com densidade média de 0,007 ind.m-2. Os fatores aferidos em campo não explicaram as diferentes densidades nas áreas (p = 0,52; r2= 0,21; F = 1,04). A área de maior densidade foi a Praia de Araçatiba. Os machos em geral mostraram-se mais inativos do que as fêmeas (KW=54,56; p<0,001), sendo que os machos incubando apresentaram comportamento mais inativo que os machos não incubando. Foi encontrada relação positiva e significativa entre o IGSa (Índice Gonadossomático adaptado) e a inatividade dos machos (r=0,81; p < 0,001). O comportamento territorialista exibido pelos machos foi de exposição. Os machos incubando mostraram comportamentos territorialistas em relação a outros machos (KW=46,00; p < 0,0001). A relação entre o IGSa e o tempo de interação não foi significativa, mostrando que o tamanho da bolsa e o comprimento do indivíduo em conjunto não apresentam uma forte influência sobre este fator (r = 0,05; p=0,63; n = 80). As principais contribuições deste trabalho foram: 1) Encontrar um padrão de comportamento territorialista diferenciado o padrão de outras espécies e grupos de animais, onde quem prevalece não é o macho residente territorialista, mas o que se encontra incubando; e determinar uma baixa densidade de cavalos-marinhos no estado do Rio de Janeiro, indicando que a espécie necessita de medidas efetivas para que seja conservada nessa região.