Avaliação da função sexual e sua associação com qualidade de vida e sintomas de ansiedade e depressão em receptores de transplantes renais

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Fernandes, Darci Ramos
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas; Brasil; UERJ; Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas
• Palavras-chave em Português: Transplante renal; Sexualidade - Psicologia; Qualidade de vida - Pacientes; Ansiedade - Diagnóstico; Depressão - Diagnóstico; Depression; Transplante de Rim - Reabilitação; Kidney transplantation; Sexuality; Quality of life; Anxiety; CIENCIAS DA SAUDE::SAUDE COLETIVA::SAUDE PUBLICA
• Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22768

Receptores de transplantes renais vivenciam medos, restrições, redução da sua função sexual, sintomas de ansiedade e depressão, com grande prejuízo da qualidade de vida. O sucesso do transplante renal é avaliado pela taxa de sobrevida, mas o nível e os fatores relacionados à qualidade de vida dos indivíduos transplantados deve ser uma preocupação dos profissionais de saúde. O objetivo foi avaliar a função sexual e sua associação com a qualidade de vida e sintomas de ansiedade e depressão em receptores de transplantes renais. Utilizou-se como metodologia, estudo transversal, abordagem quantitativa realizado em um Hospital Universitário no nordeste do Brasil, no período de janeiro a dezembro de 2019, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão sob o Parecer N° 4.236.312. Amostra foi composta por 240 pacientes transplantados renais maiores de 18 anos, em seguimento ambulatorial regular, foram utilizados um formulário para caraterização sociodemográfica e clínica, além de instrumentos validados para avaliar: função sexual (Quociente sexual: versão masculina – QSM e versão feminina – QSF); ansiedade e depressão (Escala de medida de ansiedade e depressão hospitalar – HADS) e qualidade de vida – QV (WHOQOL-Bref). Análise dos instrumentos seguiu critérios estabelecidos pelos autores. Variáveis categóricas descritas por frequências e porcentagem e variáveis quantitativas por média e desvio padrão ou mediana e intervalo interquartil. Na avaliação da diferença de proporção entre variáveis categóricas utilizaram-se os testes Qui-quadrado ou Exato de Fisher, na comparação de médias foi utilizado Teste-t de Student para amostras independentes ou a Análise de Variância (ANOVA). Na ausência de normalidade foram utilizados Mann Whitney, Kruskal-Wallis ou Dunnet. Na correlação das variáveis utilizou-se coeficiente de correlação de Spearman. As análises foram realizadas no Data Analysis and Statistical Software (STATA®) versão 25.0. Nível de significância estabelecido de 5% (p<0,05). Os resultados obtidos foram: 240 participantes tinham idade média de 42 anos, as mulheres (123) apresentaram escores mais baixos para QV geral (p=0,001), função sexual baixa (p<0,001), níveis mais altos de sintomas de ansiedade (p = 0,002) e sintomas depressivos (p < 0,001); Concluiu-se que a função sexual foi fortemente influenciada pelo gênero, idade, estado civil, escolaridade, situação de trabalho, tipo de doador, atividade física e ansiedade. A QV foi negativamente influenciada pelo gênero feminino, idade ≥ 60 anos, ter até 9 anos de estudo, renda mensal <1 salário, tempo de hemodiálise > 10 anos, ser transplantado renal > 10 anos, não praticar atividade física, presença de ansiedade e depressão. Maiores níveis de ansiedade e depressão foram influenciados pelo gênero, idade, estado civil, e escolaridade. Ressalta-se que o conhecimento sobre os fatores pessoais, ambientais e clínicos e a sua influencia sobre a QV é essencial para o desenvolvimento de intervenções que melhorem a QV e a função sexual e minimizem os sintomas de ansiedade e depressão.