É viável diminuir cesariana em mulheres hipertensas em hospitais privados?
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22762 |
Resumo: | Em gestações de mulheres hipertensas, a prevalência de cesariana costuma ser maior em comparação às gestantes de risco habitual. No entanto, é importante notar que a realização de uma cesariana pode aumentar o risco de morte e complicações graves para a saúde da mulher e do recém-nascido, tanto em mulheres hipertensas de baixo risco quanto em casos mais severos. Ao analisar dados do Sistema de Saúde Suplementar no Brasil, percebe-se uma grande discrepância nas taxas de cesariana entre o setor privado e público. Diante do exposto, a presente Dissertação buscou avaliar a efetividade do “Projeto Parto Adequado” (PPA) na redução da taxa de cesariana em mulheres hipertensas, bem como na morbidade materna e no near miss neonatal. Trata-se de um estudo transversal envolvendo 4.878 mulheres de doze maternidades privadas. Para a análise deste estudo, foram selecionadas apenas as mulheres hipertensas e que chegaram à maternidade durante o plantão. Foram excluídas mulheres com gravidez gemelar, HIV positivas, com placenta prévia, com descolamento prematuro de placenta, e grupos de Robson de 6 a 9. A amostra final contemplou 465 mulheres, que foram divididas em Grupo intervenção (participação no PPA) e “cuidado usual”. Foram avaliados os seguintes desfechos: entrar em trabalho de parto, via de parto, morbidade materna e near miss neonatal. A análise foi feita por meio de modelo de regressão logística baseado em um DAG previamente elaborado onde a escolaridade, idade, raça/cor da pele, cicatriz uterina anterior e IMC pré-gestacional foram considerados ajuste mínimo para a relação entre intervenção de interesse e os desfechos, separadamente. A intervenção aumentou a chance das mulheres em entrar em trabalho de parto (OR= 3,6; IC95% 2,2 – 5,7) e de ter um parto vaginal (OR=5,9; IC95% 2,9 – 12,1). A intervenção não foi associada à morbidade materna grave (OR=0,9; IC95% 0,4 – 1,8). No entanto, a intervenção aumentou a chance de near miss neonatal (OR=3,9, IC95% 1,1 – 13,3). Sabendo que os prematuros espontâneos não podem ser atribuídos ao PPA, foi realizada uma análise de sensibilidade, excluindo esses casos. Assim, a chance de ocorrência de near miss neonatal associado ao PPA perde a significância estatística independentemente do método avaliado. O "Projeto Parto adequado" mostrou-se eficaz em aumentar as chances de mulheres hipertensas atendidas no setor privado entrarem em trabalho de parto e terem parto vaginal. Análises de sensibilidade descartaram qualquer associação entre o PPA e near miss neonatal. |