Júlia Lopes de Almeida: escritora, mãe e esposa laureada nas páginas de A Violeta (1920-1934)
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20867 |
Resumo: | Este estudo tem por objetivo investigar as imagens da escritora - romancista, ensaísta, contista, cronista e dramaturga - Júlia Lopes de Almeida (1862-1934), figura de destaque na imprensa periódica e nos circuitos literários do início do século XX, nas páginas da revista A Violeta (1916-1950), da qual foi patrona e colaboradora. Fruto do Gremio Litterario Julia Lopes, fundado em novembro de 1916 em Cuiabá (MT), A Violeta é fonte principal desta pesquisa, que recorta os anos de 1920 a 1934, em razão de uma maior incidência do nome da escritora na revista, a exemplo da consagração de Júlia Lopes de Almeida como referência na Literatura Brasileira (De LUCA, 1999); de seu engajamento com as causas feministas, e das publicações feitas além-mar. Do total de 157 edições da revista que compreendem o recorte temporal, 99 foram localizadas em 3 acervos – a Hemeroteca Digital Brasileira da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), o Arquivo Público de Mato Grosso (APMT) e o Arquivo Pessoal da Professora Yasmin Nadaf (AYN). O espólio de Júlia Lopes de Almeida, muito caro a esta pesquisa, foi acessado na Academia Brasileira de Letras (ABL), onde se localiza o Fundo Filinto de Almeida, em referência ao marido da escritora, acadêmico fundador da cadeira número 3. Ademais, o contato com a documentação sob a guarda da família de Júlia Lopes de Almeida permitiu que se cotejasse a fonte principal – A Violeta, especialmente. A este respeito, convém mencionar que outras fontes colaboraram na constituição deste estudo, a exemplo da própria bibliografia da escritora, os escritos de seus familiares, as menções na imprensa periódica e ainda os documentos pessoais de Júlia Lopes de Almeida e de sua família. Buscou-se diálogo com os estudos que evidenciaram Júlia Lopes de Almeida como objeto, notadamente em Salomoni (2000;2005), Telles (2012), e Fanini (2016); aqueles que investigaram A Violeta, tal qual Nadaf (1993) e Costa (2018); El Far (2000), Eleutério (2005) e Woolf (2014), na abordagem da escrita feminina; e ainda Pallares-Burke (1998) e Magaldi e Xavier (2008), na compreensão da revista A Violeta como um dispositivo não-formal de educação para as mulheres cuiabanas. No que tange à metodologia eleita para a execução desta pesquisa, destacam-se as contribuições de Chartier (2012) e Ferreira (2015), acerca das representações contidas na Literatura; Revel (1998); Ginzburg (2007) e Burke (2011), na abordagem da micro-história e da perspectiva do cruzamento de fontes. Os resultados desta pesquisa evidenciam a imagem de mãe, esposa e mulher escritora como as eleitas pelas redatoras de A Violeta no tratamento de Júlia Lopes de Almeida. Sob a égide da educação das mulheres, empenharam-se as redatoras na modulação do caráter de suas leitoras por meio das imagens da escritora, selecionando e até mesmo recortando parte de sua obra, a fim de corresponder com suas intencionalidades. Portanto, entende-se que a conformação da escritora sob estes moldes, embora não comtemplasse a totalidade de sua trajetória como intelectual, operou de forma positiva na divulgação e promoção de sua imagem em outros espaços, aspecto que, de acordo com esta pesquisa, colaborou também para a constituição de sua imagem nas letras brasileiras. |