Redes empresariais na política educacional: os casos do Brasil e da Colômbia
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14964 |
Resumo: | O foco da pesquisa foi a análise da intervenção das organizações empresariais na produção de política educacional no novo milênio, a partir dos casos da Todos pela Educação (TPE) no Brasil e Fundación Empresarios por la Educación (ExE) na Colômbia. Para isso foi utilizada a etnografia de redes de Ball (2014), metodologia que se baseia em descrições densas dos atores que participam na produção de política educacional e no mapeamento das relações sociais, dos fluxos de informações, pessoas e discursos e das mobilidades das políticas. Foram analisadas e descritas as redes de relações com o poder político dos membros dos Conselhos de Governança das organizações objeto de estudo; também foram identificados os grupos econômicos preponderantes. Para o caso da organização brasileira TPE foi desagregada a rede e analisado o que acontece através de algumas das fundações empresariais que a compõem. No caso colombiano, foi analisada a atuação de atores globais (empresas multinacionais, principalmente) que fazem presença na Fundação ExE. Surgidas em contextos nacionais específicos, as organizações objeto de estudo estão conformadas por diversas fundações empresariais e por empresas que se articulam sob o objetivo declarado de contribuir na melhora da qualidade da educação em seus respectivos países, mas cujo discurso primário parece se corresponder com a Nova Filantropia. Verificou-se no caso brasileiro o predomínio do conglomerado Itaúsa e a presença de bilionários de ranking mundial no Conselho de Governança e entre os mantenedores e parceiros do TPE. De igual forma foram identificados laços com o pensamento pró-mercado através do financiamento e participação direta de membros do TPE em organizações ligadas com a Atlas Network. No caso colombiano, se evidenciou a preponderância do Grupo Empresarial Antioqueño (GEA) na Fundação ExE e também o comparecimento de multinacionais no Conselho Diretivo. Visibilizaram-se casos que exemplificam atuações ilícitas ou ilegítimas por parte de atores que fizeram parte da história da Fundação ExE. Além disso, se encontraram casos de circulação público-privada entre a Fundação ExE e órgãos governamentais: o Ministerio de Educación Nacional (MEN) e a Secretaria de Educação de Bogotá. Analisou-se a transferência do Programa Jovem do Futuro do Instituto Unibanco e sua integração na estratégia nacional de melhora da qualidade do ensino médio brasileiro. Através da analise da atuação de Microsft, Telefônica S.A., Natura Cosméticos e McKinsey & Company, vinculadas com as organizações TPE e Fundação ExE, foi possível realizar a descrição da forma como as políticas educacionais estão sendo realizadas por atores ligados de formas diversas ao mundo empresarial para além das fronteiras nacionais. Para finalizar, é importante salientar que nesta pesquisa o que está sendo colocado em discussão são as assimétricas condições em que se realiza a disputa pelo sentido da educação e do projeto educativo que queremos em nossos países |