Efeitos imediatos e a longo prazo da suplementação com óleo de linhaça a ratas lactantes sobre a sua prole
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12793 |
Resumo: | A semente de linhaça é fonte de ácidos graxos poliinsaturados PUFAs (51-55% de ácido α-linolênico/ n-3 e 15-18% de ácido linoleico/ n-6). O óleo de linhaça vem ganhando popularidade como alimento funcional na prevenção de doenças metabólicas e cardiovasculares. Alguns estudos mostram efeitos adversos do consumo materno de diferentes fontes de n-3, inclusive o grão de linhaça, durante períodos críticos de desenvolvimento, como a lactação, em especial no desenvolvimento de doenças crônicas na prole, fenômeno conhecido como programação metabólica. Não se sabe quais componentes da linhaça total são responsáveis pela programação de disfunções metabólicas. Desta forma, o objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos da dieta materna suplementada com óleo de linhaça durante a lactação e as alterações metabólicas e hormonais na prole (machos e fêmeas) aos 21 e 180 dias de vida. Trinta ratas Wistar, fêmeas, com 3 meses de idade foram acasaladas e após o nascimento, cada ninhada (10 por grupo experimental) foi ajustada para quatro filhotes machos e quatro fêmeas por mãe e separados, aleatoriamente, em 3 grupos experimentais: controle (C) recebendo dieta com 7% de óleo de soja; hiperlipídico com óleo de soja (HS) recebendo dieta com 19% de óleo de soja; e hiperlipídico com óleo de linhaça (HL) recebendo dieta com 19% óleo (sendo, 17% de óleo de linhaça e 2% de óleo de soja). As mães HS e HL apresentaram redução da massa corporal (-15% e -16%, respectivamente). O leite dos grupos HS e HL apresentou redução da fração lipídica (colesterol: HS -60% e -62% e HL -63% e -64%) e triglicérides (TGL: HS -26% e -59% e HL -54% e -70%) aos 14 e 20 dias de lactação. Esta alteração no leite reduziu a massa corporal (machos: HS -21% e HL -19%; fêmeas: HS -18% e HL -16%) e perfil lipídico na prole HL aos 21dias (machos: VLDL-c -41% e TGL -41%; femeas: VLDL-c -51% e TGL -50%). Aos 21 dias, a prole HL presentou aumento da sensibilidade à insulina, normoglicemia e hipoinsulinemia (machos:- 23% e fêmeas:-27%). Aos 180 dias, os machos HL apresentaram aumento da massa de gordura corporal total (+38%) e TGL (+57%), hiperprolactinemia (2x) e hiperleptinemia (+78%). Enquanto que as fêmeas HL apresentaram resistência à insulina apresentando hiperglicemia (+18%), hiperinsulinemia (+68%) e aumento do IRI (2x) e hiperleptinemia (+47%). Esses achados confirmam a nossa hipótese de que o maior consumo de óleo de linhaça durante a lactação programa a prole para mudanças na composição corporal, homeostase glicêmica e perfil lipídico. Estas alterações apresentam um dimorfismo sexual, sendo que os machos apresentam maior tendência à obesidade e dislipidemia, enquanto as fêmeas apresentam resistência à insulina. Como só os machos apresentaram hiperprolactinemia, é possível que esta alteração tenha um efeito protetor sobre o desenvolvimento da resistência a insulina nestes animais. Desta forma, como o óleo de linhaça é um composto bioativo, mulheres durante a lactação devem limitar a sua ingestão, a fim de evitar alterações metabólicas e hormonais em seus descendentes. |