Estudo do papel da oxitocina sobre efeitos comportamentais associados à recompensa gerada pela nicotina em camundongos adultos e adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Dias, Rodrigo Araujo Cocêlo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Sex
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22470
Resumo: O tabagismo é bastante comum nos países de alta, média e baixa renda, considerando-se que no mundo há mais de um bilhão de fumantes. Porém, atualmente, o consumo de tabaco é menor se comparado com o início da década de 2000, demonstrando êxito nas medidas de combate à droga em diversos países. Estudos anteriores comprovaram que a nicotina é o principal componente ativo do tabaco, sendo responsável por ocasionar a dependência em fumantes regulares. Foi verificado que a adolescência é uma etapa crítica para o desenvolvimento da dependência à nicotina, podendo causar transtornos futuros. Devido a grande quantidade de enfermidades advindas do tabagismo, pesquisadores sugeriram terapias farmacológicas convencionais contra o tabagismo. Contudo, devido a quantidade de efeitos colaterais e um percentual insatisfatório de eficácia, esses métodos ainda não apresentam uma alternativa confiável para a problemática em questão. O neuropeptídeo oxitocina (OXT), que está envolvido nos comportamentos sociais, demonstrou influenciar no sistema associado às propriedades recompensadoras das drogas de abuso, conhecido como dopaminérgico mesocorticolímbico. Por isso, a OXT representa um alvo terapêutico para a cessação do tabagismo em adultos e adolescentes. Portanto, o objetivo desse trabalho consiste em averiguar como a OXT interfere nos efeitos recompensadores da nicotina em camundongos adultos e adolescentes, analisando o consumo de nicotina no teste de livre escolha entre duas garrafas (TBC), bem como os padrões de locomoção e ansiedade no teste do campo aberto (CA). Camundongos machos e fêmeas da cepa suíça foram testados durante o quadragésimo sétimo dia pós-natal (PN47) e nonagésimo sétimo dia pós-natal (PN97) no TBC durante uma semana, sendo adolescentes e adultos, respectivamente. Nesse experimento os animais receberam uma solução de nicotina na dose de 10 μg/mL e administração intranasal de oxitocina na dose de 100 µg/kg 1 hora antes do início do TBC. Esses animais também foram testados durante o quadragésimo dia pós-natal (PN40) e nonagésimo dia pós-natal (PN90) no CA, sendo adolescentes e adultos, respectivamente. Nesse experimento os animais receberam uma injeção subcutânea de nicotina na dose de 0,5 mg/kg e administração intranasal de oxitocina na dose de 100 µg/kg 1 hora antes do início do CA. Com essas metodologias percebemos que a OXT reduz o consumo de nicotina apenas em machos adolescentes, demonstrando que o sexo é uma variável importante a ser considerada. Além disso, verificamos que a OXT potencializa o efeito psicoestimulante e reverte o efeito ansiogênico da nicotina em adolescentes, assim como, aumenta o efeito hipolocomotor e ansiogênico da nicotina em adultos. Desse modo, consegue-se observar diferenças no sistema oxitocinérgico de adultos e de adolescentes. Para compreendermos os mecanismos envolvidos na dependência pela nicotina, destacamos a necessidade de estudos clínicos e pré-clínicos adicionais, em que a idade seja relevante nesse processo, além de explorar o sistema oxitocinérgico em diferentes etapas da vida nos indivíduos saudáveis ou dependentes de alguma droga de abuso e seus comportamentos sociais