Uma análise do papel do Estado no processo de expansão do agronegócio no Cerrado brasileiro e suas consequências socioambientais: um estudo de caso na Bacia Hidrográfica do Araguaia, trecho da Ilha do Bananal – TO

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Guimarães, Guilherme Preato
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Centro de Tecnologia e Ciências::Instituto de Geografia; Brasil; UERJ; Programa de Pós-Graduação em Geografia
• Palavras-chave em Português: Espoliação do cerrado; Conflitos territoriais; Expansão do agronegócio brasileiro; Populações tradicionais; Dispossession of the cerrado; Territorial conflicts; Expansion of brazilian agribusiness; Traditional populations; CIENCIAS HUMANAS::GEOGRAFIA::GEOGRAFIA HUMANA::GEOGRAFIA POLITICA
• Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20900

A presente pesquisa tem por objetivo central analisar o papel do Estado no processo de expansão territorial das principais atividades produtivas capitalistas no Cerrado brasileiro e suas consequências socioambientais a partir dos anos 1980, destacando como local de estudo a Bacia Hidrográfica do Araguaia no trecho da Ilha do Bananal, tendo como chave de leitura a acumulação por espoliação. Utiliza-se por método de abordagem a dialética marxista, a qual possibilita avaliar a dimensão histórico-material da organização social, compreendendo que a matéria está em relação dialética com o psicológico e o social intermediado pelo processo histórico. Assim, assume-se a perspectiva quanti-qualitativa, e utiliza-se por procedimentos metodológicos: a) revisão bibliográfica, através da qual se pretende compreender a realidade investigada a partir da teoria, além de delimitar os principais conceitos da pesquisa, sendo eles o de território, espoliação, neo-extrativismo e pilhagem; b) trabalho de campo em parte da Ilha do Bananal, o qual possibilita compreender a realidade a partir do contato direto com o objeto de estudo a fim de averiguar, ressignificar e reelaborar a teoria; c) entrevistas/questionários semiestruturados com lideranças populares e agentes do setor público locais, os quais possibilitarão analisar como esses sujeitos percebem as diversas realidades que constituem os territórios nos quais atuam; d) por fim, será elaborada uma análise de todo o material e dos dados produzidos, de modo a apreciar a hipótese proposta. Como resultados, percebeu-se que o Estado favorece aos agentes hegemônicos do capital tanto pela ação direta, quanto pela inação, afetando a existência dos povos tradicionais que (re)existem no Cerrado, quer seja no âmbito material, ao terem suas terras invadidas e degradadas, quer seja no âmbito imaterial, ao estabelecerem vínculos culturais que colocam em xeque suas identidades ancestrais. Longe de esgotar a temática, espera-se que essa tese possa contribuir, ainda que de forma introdutória, com a compreensão de que Estado e capital não são antagônicos, mas sim complementares, e que a resistência popular contra o capital significa, necessariamente, a resistência contra o próprio Estado.