'Na minha época as meninas estavam no comando': a constituição de feminilidades na Escola de Guardas Mirins 'Tenente Antônio João', na cidade de Ponta Grossa, Paraná

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Almeida, João Paulo Leandro de lattes
Orientador(a): Ornat, Márcio José lattes
Banca de defesa: Cançado, Adriana Terezinha Jacobsen Mello, Silva, Edson Armando
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Mestrado em Gestão do Território
Departamento: Departamento de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2361
Resumo: A pesquisa compreende como se articulam os significados de feminilidades e as espacialidades nas memórias das alunas egressas da Escola de Guardas Mirins 'Tenente Antônio João', na Cidade de Ponta Grossa, Paraná. Esta instituição foi criada na década de sessenta pelo senhor Epaminondas Xavier de Barros, com o propósito de possibilitar a acensão social de meninos, contando com o apoio de diversas pessoas e organizações da sociedade. A escola incorporou em sua organização elementos do espiritismo kardecista, militarismo e da maçonaria, as quais se colocaram dentre colaboradores para a fundação e manutenção da mesma. Ideias e ideais advindas destes grupos, fazem parte da composição do aparato metodológico institucional, que defende os elementos estudar, trabalhar e progredir como trinômio base para a formação e convívio em sociedade das pessoas assistidas. Esta ideia linear acendente, pelas espacialidades da instituição conectase a formação moral, baseada no trinômio disciplina, hierarquia e evangelização Crista e por elementos conectados ao ideal de liberdade, igualdade e fraternidade. No decorrer da história deste espaço, diversas foram as alterações para manter e ampliar o caráter assistencial de apoio a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, dentre elas está a inclusão de meninas como discentes, onze anos posteriores a sua criação. As espacialidades desta instituição em seu funcionamento como contraturno social, evidenciou no início deste século, meninas ocuparem o comando da hierarquia militarizada organizacional de discentes. Assim, estas espacialidades criadas para meninos, possibilitam a constituição de feminilidades específicas, arreigadas por regras de controle que se respeitadas com performances condizentes com o de guarda mirim, possibilitam ocupar a centralidade nas relações de poder que constituem este espaço. Apresenta-se pelas lembranças guardadas nas memórias das alunas egressas como espaço complexo, performático e paradoxal, uma conjuntura aberta para a constituição de múltiplas feminilidades, onde a emoção toma conta da ressignificação conflitando, passado, presente e futuro destas guardas mirins.