O PAPEL DO CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO EM DENTINA INFECTADA DE MOLARES PERMANENTES COM LESÕES PROFUNDAS DE CÁRIE TRATADOS PELA MÍNIMA INTERVENÇÃO

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Kuhn, Eunice lattes
Orientador(a): Wambier, Denise Stadler lattes
Banca de defesa: Raggio, Daniela Prócida, Losso, Estela Maris
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Departamento de Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2625
Resumo: Este estudo descreveu as alterações em dentina infectada de dentes permanentes antes e após selamento cavitário, bem como a influência do material restaurador nesse processo. Foram selecionados 45 molares com lesões de cárie profunda e ativa de 35 indivíduos com idades entre 7 a 15 anos. Critérios clínicos, radiográficos e laboratoriais foram utilizados para comparar as condições iniciais da dentina infectada, 60 dias e 10-15 meses após procedimento restaurador. O grupo experimental (G1) recebeu proteção pulpar com cimento de ionômero de vidro (CIV) e o grupo controle (G2), um material inerte (cera). As restaurações foram realizadas em resina composta. A cavidade foi dividida em duas porções equivalentes (mesial e distal) e fragmentos de dentina infectada foram removidos em dois momentos: inicial (porção mesial) e após 60 dias de selamento (porção distal). Os critérios clínicos utilizados foram a fluorescência da dentina infectada nos G1 e G2 (inicial e 60 dias) e a qualidade das restaurações (critérios USPHS) (inicial, 60 dias e 10-15 meses). Nos critérios laboratoriais, foram realizadas a análise ultraestrutural (MEV), mineral (MEV/EDS – cálcio, fósforo e flúor) e radiográfica (subtração radiográfica - 60 dias e 10 a 15 meses de selamento) para os dois grupos. A análise imunohistoquímica da dentina (expressões de MMP-2, MMP-8 e MMP-9) foi realizada para G1 (inicial e 60 dias). Os exames radiográficos consistiram de: radiografias periapicais (diagnóstico) e radiografias interproximais padronizadas (pós-restauração; aos 60 dias e 10-15 meses). Os dados referentes à fluorescência da dentina em G1 e G2 foram comparados com o teste Wilcoxon Signed Rank e em cada período com o teste de Mann-Whitney; o teste t pareado foi usado para verificar as diferenças em relação aos valores iniciais da porcentagem em peso do cálcio, fósforo e flúor entre os dois grupos após 60 dias e o teste de ANOVA e Tukey entre os dois grupos e tempos, bem como as variações radiográficas nos níveis de cinza ao longo do tempo. A intensidade e distribuição da imunomarcação nos dois momentos foi analisada pelo teste qui-quadrado. Os resultados mostraram que, após 60 dias de selamento cavitário, foram detectadas reduções significativas na fluorescência dentinária entre os períodos para ambos os grupos (p<0,05), melhor organização tecidual, com um arranjo mais compacto das fibrilas de colágeno e redução no número de bactérias, bem como um aumento significativo na porcentagem em peso de cálcio (p<0,001) e fósforo (p=0,003) para ambos os grupos. Para o flúor, nenhuma diferença significativa foi observada entre os grupos (p>0,05). Houve redução significativa para a expressão de MMP-8 após 60 dias de selamento cavitário (p=0,02). As MMPs localizaram-se de maneira generalizada na região intertubular em ambos os períodos (MMP-2 - p=0,172; MMP-8 - p=0,35; MMP-9 - p=0,28) e intratubular ausente ou localizada (p>0,28). Após 10-15 meses de acompanhamento, as restaurações mostraram-se clinicamente adequadas e a subtração radiográfica demonstrou que as médias dos tons de cinza em dentina sadia e cariada aumentaram (p<0,001), independente do grupo. Concluiu-se que o material de forramento colocado sobre dentina infectada não é fundamental para a paralisação do processo carioso; quando a cavidade é devidamente selada o tecido tende a se reorganizar num período curto de tempo (60 dias) sendo o processo de remineralização contínuo durante períodos mais longos.