Estudo cromossômico em espécies do gênero Boana (Hylidae, Anura): diversidade cariotípica e distribuição de DNAs repetitivos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Venâncio Neto, Sebastião lattes
Orientador(a): Vicari, Viviane Nogaroto lattes
Banca de defesa: Lui, Roberto Laridondo, Schemberger, Michelle Orane
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
Departamento: Departamento de Biologia Geral
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3256
Resumo: A ordem anura, composta pelos popularmente conhecidos rãs, sapos e pererecas, vem sofrendo uma forte ameaça à sua conservação, com relatos de extinções recentes. Hylidae é a mais diversa família da ordem, composta por três subfamílias: Hylinae, Pelodryadinae e Phyllomedusinae. A tribo Cophomantini (uma das tribos de Hylinae) é um clado diverso de anuros neotropicais composta por cinco gêneros, dentre os quais, Boana, retirado inicialmente da sinonímia de Hyla e posteriormente chamado de Hypsiboas, mudanças estas que refletem as intensas reorganizações filogenéticas sofridas pelo gênero. Sabendo-se da vasta diversidade do grupo, estudos que aliam marcadores moleculares juntamente com outros caracteres têm sido importantes para compreender a evolução do clado, buscando assim melhor agrupá-los. Adicionalmente, estudos citogenéticos têm sido bastante usados para enriquecer o cenário e melhor resolver incertezas taxonômicas e sistemáticas, diante da importância ecológica que o grupo apresenta. Logo, o objetivo deste trabalho foi utilizar marcadores de citogenética clássica e mapeamento de DNAs repetitivos em três espécies do gênero Boana, alocadas em três grupos taxonômicos diferentes, todas provenientes da Mata Atlântica paranaense. Os cariótipos estudados apresentaram diferença entre si, sendo que B. faber e B. prasina apresentaram 2n = 24 cromossomos invariavelmente, e B. albopunctata apresentou 2n = 22 cromossomos com eventual presença de cromossomo B. Bandas heterocromáticas foram predominantes encontradas em regiões pericentroméricas em todas as espécies, embora bandas C adicionais sobre regiões teloméricas e/ou intersticiais se mostraram parcialmente espécie específicas. As regiões organizadoras de nucléolo (RONs) se restringiram em apenas um par do complemento, padrão este bastante conservado em anuros como um todo. O DNA repetitivo U2 snDNA foi localizado in situ em B. albopunctata (pares 3 e 7) e em B. prasina (pares 4 e 10). O sequenciamento nucleotídico dos genes do U2 snDNA mostrou uma similaridade de 92% ao gene do U2 snDNA de Xenopus laevis. O elemento transponível (TE) Tc1-Mariner apresentou marcações dispersas em todos os cromossomos das três espécies estudadas. O cariótipo 2n = 24 cromossomos é uma característica do gênero Boana, que pode apresentar algumas oscilações. Esse número diploide (2n) teria se originado do 2n = 26 cromossomos, a partir de fusões cromossômicas, fusões estas, que juntamente com outros tipos de rearranjos, como inversões pericêntricas ou ainda reposicionamentos centroméricos, podem vir a explicar a variação na localização e na quantidade de marcadores cromossômicos. A estrutura e a origem de sequências repetitivas podem explicar a organização atual dos genomas, com a ocorrência de uma parcela dos genes em múltiplas cópias. Em eucariotos, os TEs, em sua maioria, são resultantes de processos degenerativos, que acumulam mutações e perdem sua identidade quando inativados. Vale lembrar que o mapeamento in situ das sequências repetitivas apresentadas aqui são inéditas para a família Hylidae, sendo mais uma ferramenta a questionar a ideia de cariótipo conservado em anuros, diante das variações aqui apresentadas.