Dor e ansiedade relacionadas à anestesia local para tratamento odontológico em crianças: avaliação de técnicas alternativas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Smolarek, Priscila de Camargo lattes
Orientador(a): Chibinski, Ana Claudia Rodrigues lattes
Banca de defesa: Nardino, Marcela Claudino da Silva, Wambier, Leticia Maira, Serpe, Luciano
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Departamento de Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3291
Resumo: O objetivo desta tese foi determinar a influência de diferentes técnicas de anestesia local em crianças observando a dor, ansiedade e comportamento disruptivo durante o tratamento odontológico. Foram comparadas as técnicas convencional, vibracional e computadorizada por meio de revisão sistemática e metanálise e dois ensaios clínicos randomizados (ECR). O estudo 1 foi realizado para responder o acrônimo PICO: a anestesia computadorizada gera menos dor e comportamento disruptivo em crianças quando comparada com a técnica anestésica convencional no tratamento odontológico? Foi realizada uma busca por ECR avaliaram a dor e o comportamento durante a anestesia computadorizada em crianças, em comparação à técnica convencional. Bases como PubMed, Scopus, Web of Science, LILACS, BBO, Biblioteca Cochrane e literatura cinzenta foram avaliadas. A ferramenta da Cochrane Collaboration para classificação de risco de viés foi usada para avaliação qualitativa dos estudos. Um total de 8.389 artigos foram identificados. Vinte artigos foram analisados na síntese qualitativa e quantitativa. Alta heterogeneidade foi detectada para os resultados de percepção de dor e comportamento disruptivo. Na percepção da dor, a análise geral mostrou uma diferença média padrão de -0,78 (-1,31, -0,25) a favor da computadorizada; no entanto, quando apenas estudos com baixo risco de viés foram analisados (análise de subgrupos), não houve diferença entre as duas técnicas [-0,12 (-0,46, 0,22)]. Para o comportamento disruptivo, nenhuma diferença foi detectada para dados contínuos [-0,26 (-0,68, 0,16)] ou dicotômicos [0,81 (0,62, 1,06)]. A qualidade da evidência foi considerada baixa para a percepção da dor e muito baixa para o comportamento disruptivo. O estudo 2 foi um ensaio clínico randomizado paralelo, com 105 crianças de 5 a 8 anos, que necessitavam de procedimento odontológico com anestesia local na região posterior de maxila. Cada grupo de 35 crianças recebeu apenas um tipo de anestesia: convencional (CA); vibracional (VBA) ou computadorizada (CCLAD). A autopercepção de dor foi avaliada usando as escalas de avaliação de dor de Wong-Baker Faces (WBF) e Visual Analógica (EVA). O comportamento disruptivo foi avaliado usando a Face, Legg, Activity, Cry, Consolability Scale (FLACC); a ansiedade pelo teste Venham Picture modificado (VPTm) e os parâmetros fisiológicos através de monitor multiparamétrico para pressão arterial (PAS e PAD), frequência cardíaca (FC), saturação de oxigênio (SpO2) e frequência respiratória (RR). Os dados foram analisados estatisticamente com o teste de Kruskall-Wallis e ANOVA para medidas repetidas com pós teste de Tukey. Não houve diferença entre as técnicas anestésicas na autopercepção de dor (WBF - p = 0,864; EVA - p = 0,761); no comportamento disruptivo (FLACC - p = 0,318); na ansiedade (VPTm - p = 0,274); na pressão arterial (PAS - p = 0,239; PAD - p = 0,512), na FC (p = 0,728); na SpO2 (p = 0,348), na RR (p = 0,238). O estudo 3 é um ensaio clínico randomizado que seguiu a mesma metodologia que o estudo 2, diferindo apenas pela faixa etária estudada, neste, as crianças possuíam de 9 a 12 anos. Os resultados mostraram que todos os pacientes exibiram o mesmo nível de ansiedade dental no baseline (Escala de Ansiedade Dental de Corah). Houve diferença na percepção de dor, a CA demonstrou menor dor do que a VBA considerando WBF = 0,018) e NRS (p = 0,006) e menor dor que CCLAD considerando WBF (p = 0,029). Não houve diferenças no comportamento disruptivo (FLACC - p = 0,573); ansiedade (VPTm - p = 0,474); pressão arterial (PAS - p = 0,954; PAD - p = 0,899); frequência cardíaca (p = 0,726); saturação de oxigênio (p = 0,477) e frequência respiratória (p = 0,930) entre todas as técnicas anestésicas.Segundo os resultados obtidos, a técnica convencional mostra-se mais indicada para realizar anestesia odontológica infiltrativa em crianças. A ansiedade odontológica e a faixa etária influenciam na percepção da dor das crianças à anestesia.