Acidez do solo e toxicidade do alumínio em sistema plantio direto de longa duração

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Haliski, Adriano lattes
Orientador(a): Caires, Eduardo Fávero lattes
Banca de defesa: Yagi, Renato, Garbuio, Fernando José, Barth, Gabriel, Joris, Helio Antonio Wood
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agronomia
Departamento: Departamento de Agronomia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2767
Resumo: Os solos brasileiros são, em sua grande maioria, naturalmente ácidos. A deficiência de cálcio (Ca) e a toxidez causada por alumínio (Al) e manganês (Mn) são os fatores que mais têm limitado a produtividade das culturas em solos ácidos de regiões tropicais e subtropicais. O sintoma primário e mais evidente da toxicidade do Al em plantas é a inibição no alongamento radicular e diminuição na absorção de nutrientes. Este trabalho foi realizado com os objetivos de (i) avaliar a influência da calagem superficial e de resíduos de plantas deixados sobre a superfície do solo durante a estação de outono–inverno nos teores e nas formas de Al em sistema plantio direto de longa duração; (ii) verificar os benefícios da calagem superficial associada aos resíduos das culturas de outono–inverno no combate à acidez do solo e na amenização da toxicidade do Al em longo prazo, no sistema plantio direto; e (iii) correlacionar as formas de Al presentes no solo e as produtividades de grãos de milho, soja e feijão em sistema plantio direto de longa duração. O experimento foi realizado em um Latossolo Vermelho distrófico textura média, manejado há longo período sob plantio direto, em Ponta Grossa (PR). O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, em parcelas subdivididas, com três repetições. Nas parcelas, foram aplicadas quatro doses de calcário dolomítico na superfície em maio de 2004 (0, 4, 8 e 12 t ha-1) e, nas subparcelas, empregaram-se três tratamentos de cobertura vegetal durante a estação de outono–inverno, sem ou com nitrogênio (N): (i) solo descoberto, (ii) com cobertura vegetal (aveia ou trigo) e (iii) com cobertura vegetal (aveia ou trigo) + 60 kg ha-1 de N. O N foi empregado, anualmente, na forma de nitrato de amônio, em cobertura nas culturas de aveia ou trigo, no início do perfilhamento das culturas. A calagem na superfície corrigiu a acidez do solo, e aumentou os teores de cálcio (Ca) e magnésio (Mg) e a saturação por bases até a profundidade de 0,20 m. Os teores de Al trocável foram muito baixos com a aplicação de calcário, sendo as formas de Al não-trocável predominantes em todas as profundidades avaliadas. A calagem neutralizou o Al na forma trocável, e também uma fração das diferentes formas do Al não- trocável. Com a calagem, houve grande redução do Al fortemente complexado pela matéria orgânica do solo, sendo grande parte precipitado em formas inorgânicas de Al(OH)3. A produtividade acumulada de grãos das culturas aumentou, em média, 23% com a aplicação superficial de calcário ao longo dos 10 anos de avaliação. Os maiores incrementos no rendimento de grãos das culturas foram obtidos com a aplicação de 8,3 t ha-1, cuja dose foi muito próxima daquela calculada para elevar a saturação por bases do solo, na camada de 0–0,20 m, a 70%. O Al não-trocável complexado mais fracamente com a matéria orgânica do solo, bem como o Al trocável, apresentou forte correlação com a produtividade das culturas, mostrando que o aumento dessas formas de Al no solo afetou drasticamente a produtividade das culturas. A correção da acidez do solo por meio da calagem superficial em sistema plantio direto demonstrou ser uma prática fundamental para garantir altos tetos de produtividade de grãos por amenizar a toxicidade do Al nas formas trocável e fracamente complexado com a matéria orgânica do solo.