Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Etto, Rodrigo Mazer
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Orientador(a): |
Carlos, Valeska Gracioso
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Banca de defesa: |
Remenche, Maria de Lourdes Rossi,
Couto, Ligia Paula |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós - Graduação em Estudos de Linguagem
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Departamento: |
Departamento de Estudos da Linguagem
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2577
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Resumo: |
Este trabalho investigou a linguagem utilizada por adolescentes que cumprem medidas socioeducativas de privação de liberdade no Centro de Socioeducação de Ponta Grossa e teve por objetivos verificar a influência de fatores sociais – extralinguísticos – como nível de escolaridade, convívio e tempo de internação do falante no uso de uma variedade linguística caracterizada pela presença de palavras com sentido figurado; identificar a presença ou ausência dos termos e expressões coletados em um dicionário de Língua Portuguesa, comparando o significado contido no dicionário com o sentido dado aos termos pelos entrevistados e, por fim, analisar algumas narrativas sob a ótica do preconceito linguístico. Esta pesquisa realizou-se através da aplicação de entrevistas semiestruturadas a oito adolescentes internos do Centro de Socioeducação de Ponta Grossa. A análise dos fatores sociais possibilitou constatar que a variável „tempo de internação superior a seis meses‟ foi a que apresentou maior uso da variedade linguística em estudo, seguida das variáveis „nível de escolarização superior ao sexto ano do E. F.‟, „possibilidade de convívio‟, „tempo de internação de até seis meses‟, „nível de escolarização de até o sexto ano do E. F.‟ e „não possibilidade de convívio‟. Dos 260 termos e expressões obtidas na etapa de coleta de dados,156 não constam no referido dicionário, o que representa 60% do total de itens obtidos; 64 constam no dicionário com sentido diverso do utilizado pelos informantes – 24,5%; 40 estão dicionarizados com o mesmo sentido – 15,5%. A primeira parte da entrevista semiestruturada – as entrevistas narrativas de experiência pessoal – permitiu constatar que metade dos entrevistados já sofreram discriminação e preconceito devido à variedade linguística utilizada. As investigações entre linguagem e fatores extralinguísticos e sua relação com o comportamento social dos falantes podem contribuir para a compreensão do universo vocabular dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, e colaborar com as práticas daqueles que trabalham com jovens, buscando compreender melhor suas particularidades, com a finalidade de auxiliá-los e conduzi-los nessa constante busca de experimentação de novas sensações e de tudo que se apresenta como novo. Dessa forma, a presente pesquisa pode contribuir para os estudos sociolinguísticos, no sentido de possibilitar a criação de ferramentas pedagógicas que auxiliem tanto o processo de ensino-aprendizagem escolar dos adolescentes em conflito, quanto a desconstrução do preconceito linguístico, o qual acaba por reforçar a posição social (marginal) desses adolescentes. |