Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Carneiro, Luiza de Souza
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Orientador(a): |
Pontes, Laíse da Silveira
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Banca de defesa: |
Barro, Raquel
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Galbeiro, Sandra
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós Graduação em Zootecnia
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Departamento: |
Departamento de Zootecnia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/4108
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Resumo: |
No sul do Brasil, no inverno, há poucas opções economicamente viáveis para cultivos agrícolas, consequentemente muitas áreas de lavoura de verão não geram renda nesse período. Em contrapartida, espécies forrageiras como a aveia preta (Avena strigosa Schreb.), aveia branca (Avena sativa L.) e azevém (Lolium multiflorum Lam.) apresentam bom rendimento no inverno, logo, os sistemas integrados de produção agropecuária (SIPA) podem auxiliar no uso contínuo de áreas agrícolas, tornando-as produtivas durante todo o ano e melhorando a qualidade do solo ao longo do tempo. A maioria das espécies forrageiras e graníferas apresentam bom rendimento frente a adubação nitrogenada, porém, tal insumo pode representar grande parte dos custos da atividade. Uma das vantagens dos SIPA é reduzir a dependência por insumos externos, podendo, no caso da adubação de forrageiras hibernais, diminuir o custo com nitrogênio na cultura sucessora. Apesar da inclusão do componente arbóreo em SIPA trazer benefícios ao sistema, é importante atentar-se às características arbóreas a fim de evitar que estas sofram danos pelos animais e tenham seu valor reduzido. O objetivo do presente estudo foi analisar a produtividade de aveia-grão, o desempenho animal e a lucratividade de tais atividades em distintos SIPA, isto é, com ou sem árvores de Eucalyptus grandis, sob diferentes doses de N, durante três invernos consecutivos (2020, 2021 e 2022), logo após o plantio das árvores. O presente estudo foi conduzido na Estação de Pesquisa Fazenda Modelo do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná IAPAR-Emater (IDR - Paraná). A área foi dividida em 12 unidades experimentais, sendo 6 arborizadas. O delineamento experimental era de blocos casualizados com três repetições e quatro tratamentos arranjados num esquema fatorial 2 x 2, presença de árvores (ILPF) e ausência de árvores (ILP) e duas doses de adubação nitrogenada em cobertura: 20 vs. 60 kg de N/ha para a aveia granífera IPR Artemis, cultivada em 2020 e 2021, e 50 x 150 kg de N/ha para a pastagem de aveia-preta (IPR 61) + azevém (BRS Ponteio) implantada em 2022. O pastejo por novilhas da raça Purunã, com idade média inicial de 15 meses, foi o contínuo com carga variável visando manter a altura do pasto em torno de 20 cm. As variáveis de desempenho animal apresentaram diferenças significativas (P<0,05) em relação aos sistemas, sendo que no tratamento ILP foi observado maior ganho médio diário (0,798 ± 0,0629 kg/animal/dia), maior ganho por área (602 ± 120,0 kg PV/ha em 139 dias) e maior carga (1142 ± 148,3 kg PV/ha) do que no sistema de ILPF (0,641 ± 0,0274 kg/animal/dia; 378 ± 39,73 kg PV/ha; 868 ± 85,8) respectivamente em 139 dias). Não Foram observadas diferenças significativas para estas variáveis quanto as doses de nitrogênio. Todas as árvores sofreram pelo menos um tipo de dano pelo animal, com 89,3% das árvores acumulando lesões do tipo Cl (lesão de casca sem alcançar o lenho), Dl (lesão maior que 5 cm de diâmetro) e Tl (lesão do tronco alcançando o lenho pela retirada do tecido cambial), resultando na nota de 6,5 e se classificando na classe de intensidade de dano Alta. O diâmetro das árvores avaliadas apresentou relação linear significativa com a incidência de danos. A produção de aveia variou entre 1712 ± 382,1 kg/ha no ano em 2020 e 3617 ± 706,3 kg/ha em 2021. Em relação a avaliação econômica, em geral, os tratamentos tiveram perdas com a produção de grãos de aveia devido ao baixo rendimento e baixos preços de mercado de inverno. Para a produção animal, o sistema mais rentável foi o ILP com 50 kg N/ha (R$ 3.644/ha). Um aumento no nível de N reduziu o lucro (- 53% no ILP e -156% no ILPF) tanto para a produção de grãos de aveia como para o gado, independentemente do tipo de SIPA. Não vale a pena elevar a dose de N em 150 kg/ha, já que essa não efetivou as produções de aveia e gado no presente estudo, influenciando negativamente o lucro das unidades experimentais que receberam tal tratamento. A integração do gado desde o primeiro inverno, pós plantio das árvores, pela utilização de barreiras físicas, como vedações em torno de árvores imaturas, pode ser uma alternativa mais rentável do que a produção de grãos de aveia. |