Especiação de antimônio em amostras de água mineral e especiação de cromo em águas naturais empregando métodos de microextração e espectrometria de absorção atômica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Andrade, Jucimara Kulek lattes
Orientador(a): Anjos, Vanessa Egéa dos lattes
Banca de defesa: Weinert, Patricia Los, Scheffer, Elizabeth Weinhardt de Oliveira, Grassi , Marco Tadeu, Tarley, César Ricardo Teixeira
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa Associado de Pós-Graduação em Química - Doutorado
Departamento: Departamento de Química
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2475
Resumo: O antimônio e o cromo são elementos presentes no ambiente de forma natural ou decorrente de atividades antrópicas. O comportamento, biodisponibilidade, toxicidade e transporte desses elementos são dependente das suas formas específicas, ou seja, sua especiação. Assim, é importante conhecer as diferentes espécies do elemento em um meio específico. O presente trabalho teve por objetivo implantar e validar em laboratório protocolos analíticos para o estudo da especiação de Sb e Cr em amostras de água mineral e natural, empregando técnicas de extração com detecção por espectrometria atômica. A especiação de Sb por extração por ponto nuvem envolveu a extração seletiva de Sb(III) em pH 2, com pirrolidina ditiocarbamato de amônio – APDC (complexante) em meio de surfactante (Triton X-114). A determinação do teor total de Sb foi realizada pelo mesmo procedimento, após redução do Sb(V) para Sb(III) usando L-cisteína. Um amplo estudo da presença de Sb(III) e Sb(V) em amostras brasileiras de água mineral envasadas em PET foi realizado. A concentração média de Sb(total) para 39 amostras recentemente envasadas foi de 4 ± 1,4 μg L-1, sendo que 70% das amostras estão dentro dos limites aceitáveis pela ANVISA (5,0 μg L-1). A espécie majoritária nas amostras foi o Sb(III) com 53 a 79% do teor total de Sb, sugerindo a migração do Sb2O3 do PET para a bebida. Um estudo foi conduzido com cinco marcas de água mineral envasada e analisadas durante seis meses. O teor de Sb(total) na água mineral aumentou de 2 a 27% após 6 meses de estocagem. Esses resultados indicam que ocorre a migração do Sb presente no PET para a bebida engarrafada. A migração do Sb do PET para água mineral foi avaliada sob diferentes condições de armazenamento (tempo, temperatura, exposição solar) usando a própria bebida como simulante e com simulantes alimentícios (água ultrapura e solução ácida). Nesses ensaios, observou-se um aumento de até 214% do teor de Sb quando a temperatura de armazenamento aumentou até 80ºC. Um aumento de 323% foi observado quando as amostras foram expostas por 7 dias à radiação solar e de até 600% com simulante ácido acético por 10 dias. Com relação à distribuição das espécies, a espécie que apresentou aumento mais significativo foi de Sb(III). A especiação de Cr por emulsificação assistida por ultrassom envolveu a extração seletiva do Cr(VI) e pré-concentração com tributilfosfato (TBP) (solvente extrator orgânico), em meio de HCl e NaCl. A dispersão da solução extratora foi realizada com banho ultrassônico em substituição a um solvente dispersor. A determinação do teor total de Cr(III) foi realizada pelo mesmo procedimento, após oxidação do Cr(III) para Cr(VI) usando KMnO4. Um estudo de especiação de Cr em amostras de água natural do Oeste, Centro-Oeste e Campos Gerais do Estado do Paraná, Brasil foi realizado. As concentrações totais de Cr foram inferiores a 1,0 μg L-1, portanto, compatíveis com águas não contaminadas. O Cr dissolvido foi a maior fração para as amostras, indicando que o Cr pode ter uma maior capacidade de mobilidade e possível biodisponibilidade nessas águas. Com relação a distribuição do Cr na fração dissolvida, a fração majoritária foi de Cr(VI). Esta é a espécie mais tóxica e forma mais esperada em águas naturais oxigenadas. A variabilidade nos resultados mostra a necessidade de monitoramento das concentrações totais desses elementos e sua especiação, nos ambientes aquáticos e águas engarrafadas, como forma avaliar sua toxicidade e garantir a segurança social e ambiental.