As condições de trabalho dos professores em escolas do/no campo: análise dos municípios da microrregião de Prudentópolis – PR

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Cruz, Tânia Parolin da lattes
Orientador(a): Masson, Gisele lattes
Banca de defesa: Souza, Maria Antônia de lattes, Lima, Michelle Fernandes, Flach, Simone de Fátima, Darcoleto, Carina Alves da Silva lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Departamento de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/4004
Resumo: Esta tese tem por objetivo geral analisar as condições de trabalho dos professores em escolas do/no campo da Rede Municipal de Ensino dos municípios da microrregião de Prudentópolis, no estado do Paraná. Os municípios que compõem a referida microrregião são: Fernandes Pinheiro, Guamiranga, Imbituva, Ipiranga, Ivaí, Prudentópolis e Teixeira Soares. Ancorados no materialismo histórico e dialético, realizou-se um estudo bibliográfico e documental e aplicação de questionários. Inicialmente, foi realizada uma discussão sobre as relações entre a nova morfologia do trabalho na sociedade capitalista e as políticas de valorização docente, no Brasil, partindo da constituição ontológica do trabalho e seus desdobramentos em suas formas de ser posteriores, na sociedade capitalista, para compreender o seu impacto no campo educacional e na práxis docente. A exposição também contempla a análise das políticas de valorização de professores, no Brasil, e de dados estatísticos; a análise documental de leis e atos normativos que versam sobre a valorização docente e as políticas de Educação do Campo; e a análise dos planos de carreira dos professores da Rede Municipal de Ensino da microrregião de Prudentópolis. A investigação foi realizada em escolas municipais do/no campo desses municípios, por meio de questionários voltados aos docentes, via formulário online do Google Forms, por intermédio da Secretaria Municipal de Educação de cada município. O estudo identificou que, em um processo histórico-social, as escolas do/no campo seguem entre precarização das condições de trabalho e desmonte das escolas. Trata-se, por um lado, da negação do direito à educação aos sujeitos do campo e, por outro, da institucionalização de uma nova precariedade do trabalho, própria da acumulação flexível. Os trabalhadores do campo, invisibilizados pelo poder público, têm seus direitos negados ou conquistados de forma parcial e fragmentada, e o mesmo ocorre com os professores que atuam nesse contexto. As escolas que resistiram no campo são um espaço de profissionais sobrecarregados, cuja atuação vai além do desenvolvimento de atividades pedagógicas, e, também, administrativas e de serviços gerais, funcionando com uma infraestrutura precária, com poucos profissionais e recursos limitados. As condições de trabalho, decisivas para a permanência dos professores na docência no campo, são tratadas de forma tangencial e genérica nas políticas educacionais, permanecendo invisibilizadas nos planos de carreira municipais e na materialidade da realidade objetiva. As normativas que tratam das condições de trabalho dos professores do/no campo, nos planos de carreira, limitam se a uma gratificação irrisória de deslocamento e docência em escolas multisseriadas, evidenciando uma situação de desvalorização, considerando as especificidades do trabalho que desenvolvem. A práxis docente no campo preserva suas formas originárias de precarização e multifuncionalidade, com condições inadequadas de trabalho, seguindo um sentido diametralmente oposto ao da valorização docente, gerando impactos nas condições de trabalho dos professores do/no campo, sobretudo na intensificação, na precarização e na desregulação da jornada de trabalho. Opondo se a esse processo de desmonte das escolas do/no campo, processos de resistência são criados. Apesar das condições inadequadas de trabalho, há um movimento de luta de muitos professores que atuam nessas instituições para manter as escolas no campo.