Caracterização icnológica das unidades inferior e média da Formação Furnas no flanco norte do Arco de Ponta Grossa: implicações paleoecológicas.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Richter, Kevin William lattes
Orientador(a): Bosetti, Elvio Pinto lattes
Banca de defesa: Martin, Jorge Villegas lattes, Guimarães, Gilson Burigo lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Mestrado em Gestão do Território
Departamento: Departamento de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3710
Resumo: A Icnologia propicia informações detalhadas sobre os parâmetros ambientais envolvidos durante a deposição sedimentar, servindo de base para análises paleoambientais. Para esse fim, as análises icnológicas concentram-se nos aspectos comportamentais representados pelas icnoassociações, que fornecem detalhes da ação dos seres vivos que interagem com os substratos, contribuindo significativamente para a compreensão dos aspectos ambientais atuantes no meio. Há estudos icnológicos na Formação Furnas desde o início do século XX com referência para a presença de “tubos de vermes.” A evolução da Icnologia como ciência internacionalmente e os avanços no reconhecimento do conteúdo icnológico da unidade, possibilitou, na década de 1990, elucidar aspectos da extensa discussão sobre a sua origem deposicional. O contexto marinho raso influenciado pelas marés foi interpretado para a maior parte da unidade, possibilitado principalmente pela identificação das icnofácies Skolithos e Cruziana. Entretanto, a grande maioria dos estudos nesta unidade simplesmente reporta um icnogênero ou menciona “icnofósseis”, sem realizar uma análise integrada com a Geologia Sedimentar que pode elucidar o controle dos parâmetros paleoecológicos e processos de colonização pela infauna no substrato. Recentemente, foi demonstrado que parte da Formação Furnas se depositou no Siluriano Inferior, com base em dados icnológicos. Aqui, busca-se demonstrar a utilidade de análises paleoecológicas para a compreensão dos parâmetros ambientais atuantes no intervalo correspondente ao Siluriano Inferior. As regiões estudadas estão nos municípios de Jaguariaíva e Piraí do Sul no estado do Paraná, no flanco norte do Arco de Ponta Grossa. Esta região foi escolhida porque não possui análises paleoecológicas propostas, ao contrário de porções mais austrais do arco. Nove icnotáxons foram identificados entre as unidades inferior e média na Formação Furnas. As icnoassociações permitiram identificar expressões proximal e empobrecida da icnofácies Cruziana. O conjunto de evidências faciológicas e icnológicas indica a deposição em ambientes litorâneos entre o foreshore ao shoreface inferior sob condições de moderada a alta energia hidrodinâmica, como esperado para este contexto deposicional, mas com pausas significativas que possibilitaram a colonização típica da icnofácies Cruziana. As interpretações paleoecológicas obtidas evidenciaram que a energia hidrodinâmica do meio é o fator principal que impera no controle das variações faciológicas e nos processos de colonização pela infauna no intervalo em estudo.