Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Santos, Fernanda Pimentel
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Orientador(a): |
Schimanski, Edina
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Banca de defesa: |
Beatriz, Marilene Zazula,
Pinto, Márcia Helena Baldani,
Fujinaga, Cristina Ide,
Leandro, José Augusto |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas
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Departamento: |
Setor de Ciências Sociais Aplicadas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2532
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Resumo: |
A loucura foi compreendida como um objeto a ser tratado pela repressão, destinada não apenas ao louco, mas as pessoas em condições de vulnerabilidade socioeconômica, por vezes em situação de rua, utilizando-se da exclusão social para higienizar a sociedade. O andarilho, o mendigo, o excluído historicamente pela condição de extrema pobreza, partilha da segregação realizada pela saúde mental durante os anos em que foram reprimidos pelo tratamento asilar vitalício. No Brasil, após uma extensa história desigual, marcada pela exclusão social de uma parcela da população em condição de pobreza e adoecida psiquicamente, foram legisladas políticas de reintegração social. Entretanto, o louco e o pobre ainda vivenciam a exclusão social, que não ocorre mais pelo enclausuramento em instituições asilares de forma vitalícia. Mas, é reafirmada pela marginalidade do louco e do pobre. A invisibilidade que as pessoas adoecidas psiquicamente e em situação de vulnerabilidade socioeconômica vivenciam na atualidade, ocorre de forma histórica. O que contrapõem o acesso aos direitos como cidadãos, resultando na exclusão social de uma parcela da população adoecida e em condição de pobreza, mantendo-os as margens da sociedade. Diante de tal cenário social, a presente dissertação analisa a partir do discurso institucional, a relação tríade entre o agravamento do adoecimento psíquico, a condição de pobreza, e a situação de rua de pessoas que são atendidas pelas instituições governamentais e não governamentais no município de Ponta Grossa/PR. Para atingir o objetivo deste estudo, foram utilizados de procedimentos metodológicos com abordagem qualitativa, iniciando-se a partir da pesquisa bibliográfica. Na sequência de observações assistemáticas, de pesquisa documental e de entrevistas semiestruturadas com gestores de sete instituições, que são: Centro de Referência Especializado de Assistência Social para população em situação de rua (CREAS POP), Centro de AtençãoPsicossocial (CAPS II), Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas (CAPS AD), Casa da Acolhida, Ministério Melhor Viver e os hospitais Pronto Socorro Municipal de Ponta Grossa, Centro Integrado de Saúde São Camilo. Os dados coletados foram analisados e categorizados a partir do método análise de conteúdo. Os resultados obtidos evidenciam uma realidade que ainda utiliza-se da exclusão social de uma parcela da população, em condições vulneráveis, para efetivar a higienização social. O discurso de minorias preenche a realidade excludente das pessoas em situação de rua, por vezes adoecidas psiquicamente, que não mais são enclausuradas nos antigos manicômios, mas tornam-se invisíveis a sociedade capitalista. Diante de tal realidade, se torna evidente que as minorias ainda são minorias, com políticas públicas latentes, submetidas à pobreza, ao adoecimento psíquico, por vezes a situação de rua agravando-se a cada movimento, a cada ação higienista da sociedade como um todo. |