O Campo Acadêmico da Educação Especial no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Casagrande, Rosana de Castro lattes
Orientador(a): Mainardes, Jefferson lattes
Banca de defesa: Oliveira, Jáima Pinheiro de lattes, Stremel, Silvana lattes, Skalinski Junior, Oriomar lattes, Papi, Silmara de Oliveira Gomes lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Departamento de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3169
Resumo: O objetivo desta pesquisa foi analisar a constituição do campo acadêmico da Educação Especial no Brasil a partir dos elementos relacionados à sua institucionalização. Caracterizou-se como uma pesquisa de natureza qualitativa, do tipo documental e bibliográfica. O referencial teórico baseou-se nas contribuições de Pierre Bourdieu, principalmente nos conceitos de campo, campo científico e universitário, capital e habitus. Foram também utilizadas como fundamento teórico as contribuições de autores que abordam a institucionalização de campo (GÓMEZ CAMPO; TENTI FANFANI, 1989; SUASNÁBAR; PALAMIDESSI, 2007); aspectos teórico-metodológicos do campo acadêmico (HEY, 2008; STREMEL, 2016, 2017); e aspectos específicos da história e da política da Educação Especial, Inclusão e Educação Inclusiva. Por meio de metodologia baseada na Grounded Theory (CORBIN e STRAUSS, 1990) e utilizando para análise de dados, a análise relacional, esta pesquisa envolveu a coleta de uma série de dados referentes a elementos antecedentes e constituintes do campo acadêmico. Argumenta-se que a Educação Especial no Brasil constitui-se em um campo acadêmico com diferentes instâncias de institucionalização, tendo como marco inicial a formação específica de professores para Educação Especial, no âmbito de universidades, na década de 1960. Posteriormente, ocorreu a criação da Habilitação emEducação Especial em Curso de Pedagogia; Programas de Pós-Graduação em Educação Especial e áreas correlatas; Linhas de Pesquisa em PPGEs; Grupos de pesquisa; Cursos de Graduação específicos em Educação Especial; criação de Periódicos especializados; Grupos de Trabalho em Associações científicas; Associação científica específica; criação de eventos especializados e surgimento de redes de pesquisa. Os resultados apontaram que a Educação Especial caracteriza-se: a) como um campo acadêmico abrangente em relação as suas designações (Educação Especial, Educação Inclusiva, Inclusão), às produções científicas compartilhadas com outras áreas do conhecimento, à quantidade de Linhas, Grupos de pesquisa e disciplinas nos Cursos de Pedagogia; b) pela expansão lenta na oferta de Cursos de Graduação e Pós-Graduação específicos em Educação Especial na modalidade presencial e rápida em Cursos de Graduação e Pós-Graduação (Especialização) na esfera privada e na modalidade EaD; c) pela significativa expansão de produções científicas compartilhadas com outras áreas do conhecimento; d) pela concentração de bens acadêmicos nas regiões Sudeste e Sul; e) por agentes do campo cujo habitus é voltado a produção e gerenciamento de bens acadêmicos, num espaço de luta concorrencial pela autoridade científica, verdade acadêmica e reconhecimento dos pares. A constatação da Educação Especial enquanto campo acadêmico implica a necessidade de expansão de pesquisas cujos objetos são caracterizados pelos elementos antecedentes e constituintes do campo. Destaca-se a necessidade de ações que promovam o fortalecimento do campo acadêmico e sua influência na busca por uma Educação Especial Inclusiva pública, gratuita e de qualidade no âmbito da educação brasileira.