Avaliação farmacobotânica e farmacológica de Cuphea calophylla Cham. & Schtdl. subsp. mesostemon (KOEHNE) LOURTEIG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Klider, Lislaine Maria lattes
Orientador(a): Budel, Jane Manfron lattes
Banca de defesa: Swiech, Juliane Nadal Dias lattes, Baglie, Sinvaldo lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmaceuticas
Departamento: Departamento de Ciências Farmacêuticas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3124
Resumo: Cuphea P. Browne é o maior gênero da família Lythraceae, representado por cerca de 260 espécies. Várias espécies de Cuphea são utilizadas medicinalmente como anti-inflamatórias, diaforéticas, diuréticas, anti-hipertensivas e cardioprotetoras. Cuphea calophylla subsp. mesostemon (Koehne) Lourteig é uma espécie herbácea de crescimento espontâneo que ocorre em campos, bordos de mata, e beiras de estradas no Brasil. Apresenta morfologia similar com outras espécies de Cuphea, criando confusões na identificação das espécies. Devido à semelhança morfológica, diferentes espécies conhecidas como sete-sangrias no Brasil são usadas para os mesmos fins terapêuticos. Os principais objetivos do presente trabalho foram i) caracterizar a morfoanatomia de folhas e caules de C. calophylla subsp. mesostemon; ii) avaliar a segurança em relação a toxidade do sobrenadante etanólico do infuso de Cuphea calophylla (ESCC); e iii) investigar as atividades diuréticas, hipotensoras, vasodilatadoras e antioxidantes do (ESCC) nas doses de 30, 100 e 300 mg/kg. Para a análise botânica, o material vegetal foi analisado através da microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura. Morfologicamente, Cuphea calophylla subsp. mesostemon apresenta folha de contorno oval, base arredondada, ápice agudo, margem lisa e filotaxia oposta. O pecíolo e caule são cilíndricos. Anatomicamente, a folha é anfiestomática, com epiderme unisseriada e mesofilo dorsiventral com gotículas de óleo. Os estômatos são anomocíticos e diacíticos. Os tricomas são de três tipos: tipo a) glandular, pluricelular e plurisseriado; tipo b) tector, verrucoso e aderido à epiderme e tipo c) tector, pluricelular e unisseriado. A nervura central em secção transversal é ligeiramente côncavo-convexa e o sistema vascular é bicolateral formado por feixe único e central em arco aberto. O caule possui formato circular e epiderme unisseriada. A análise elementar dos cristais indica que são de oxalato de cálcio. Os testes histoquímicos demonstraram a presença de compostos fenólicos, lipofílicos, lignificados e grãos de amido em vários tecidos da planta. Para a avaliação farmacológica o ESCC foi obtido por infusão segundo métodos padronizados com algumas modificações. Foram utilizados ratos machos e fêmeas da linhagem Wistar de 8 a 12 semanas e então realizados os ensaios biológicos. O ESCC (2000 mg/kg) não apresentou efeitos tóxicos agudos estimando-se, portanto DL50 acima de 2000 mg/kg. Na avaliação da atividade diurética aguda o ESCC (30, 100 e 300 mg/kg) não apresentou efeito diurético significativo. No entanto, na diurese prolongada na dose de 30 mg/kg no dia 7 foi possível observar uma diferença significativa. Nos testes da atividade hipotensora, nenhum dos tratamentos foi capaz de promover uma alteração significativa nos níveis de pressão arterial ou frequência cardíaca. O ESCC foi avaliado em relação aos efeitos vasodilatadores em leito mesentérico isolado e perfundido, porém não foi observada ação vasodilatadora. Para a avaliação do potencial antioxidante, no tecido cardíaco os grupos tratados com o ESCC nas três doses (30, 100 e 300 mg/kg) apresentaram diferenças significativas em relação ao grupo controle na atividade da enzima superóxido dismutase (SOD).