Resumo: |
Objetivos: Avaliar a influência da umidade dentinária em restaurações de resina composta em dentes posteriores no comportamento clínico de um adesivo universal e de um adesivo convencional após condicionamento ácido, no que tange principalmente a sensibilidade pós-operatória (SPO) além de investigar as restaurações quanto a descoloração e desadaptação marginal, fratura e cárie adjacente a restauração após 12 meses. Métodos: Para este trabalho foram realizados dois ensaios clínicos randomizados (ECRs). Os ECRs foram duplo-cegos, boca dividida. Participaram do estudo 76 voluntários que apresentavam pelo menos um dente em cada hemiarco com indicação de restauração posterior, com envolvimento ou não da caixa proximal, desde que a cavidade tivesse pelo menos 3 mm de profundidade. Foram realizadas 180 restaurações classe I/II, sendo 90 restaurações em cada estudo. Previamente ao procedimento restaurador, os pacientes foram avaliados quanto a sensibilidade espontânea e também a sensibilidade provocada. A resina composta utilizada foi a Filtek Bulkfill (3M Oral Care, St. Paul, MN, USA) e os adesivos utilizados foram Single Bond Universal (3M Oral Care, St. Paul, MN, USA) (ECR1) e o Single Bond 2 (3M Oral Care, St. Paul, MN, USA) (ECR2). Os participantes foram avaliados em relação ao risco absoluto e a intensidade da SPO espontânea e provocada por meio das escalas visual analógica (VAS: 0-10 cm) e a escala de classificação numérica (NRS: 0-4) e também de acordo com o critério FDI modificado (World Dental Federation) em 6 e 12 meses em relação a sensibilidade pós-operatória, descoloração e desadaptação marginal, fratura e cárie secundária. O risco de sensibilidade pós-operatória entre os grupos foi comparado pelo teste do Qui-quadrado e teste exato de Fisher (α=0,05). Resultados: Participaram dos estudos 56 mulheres e 36 homens. A distribuição das restaurações foi de 142 cavidades classe I e 38 cavidades classe II. O risco absoluto de sensibilidade pós-operatória espontânea em até 48h no ECR1 para o grupo de dentina seca foi de 20% (IC 95% [10.9-33.2]) e no grupo de dentina úmida foi de 22,2% (IC 95% [12.54-36.2]). No ECR2 o risco foi de 18.6% (IC 95% [9.74-32.6]) para os dois grupos. Em 12 meses de avaliação não houve presença de cárie secundária em nenhuma restauração e, em ambos ECRs, as restaurações foram avaliadas como satisfatórias em sua maioria. Conclusão: A aplicação dos sistemas adesivos sobre a dentina seca ou úmida não influenciou na sensibilidade pós-operatória espontânea e provocada, nem quaisquer parâmetros clínicos após 12 meses de avaliação clínica. |
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