Não é brincadeira: relatos de violências veladas e manifestas sofridas por professoras em uma instituição de ensino superior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lara, Alexia Fagundes de lattes
Orientador(a): Godoy, Marcela Teixeira lattes
Banca de defesa: Heerdt, Bettina lattes, Antiqueira, Lia Maris Orth Ritter lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Departamento de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/4134
Resumo: A presença e a participação feminina no ambiente universitário são um acontecimento recente, mas que hoje reflete avanços significativos, como a representatividade em áreas de estudos, ocupação em posições de liderança, cargos de prestígio, desenvolvimento de produção científica, entre outros tantos progressos. No entanto, ainda persistem desafios e obstáculos que atravessam a questão de gênero, afetando a experiência de ser e estar na universidade. Além de ocorrer situações em que as mulheres são subestimadas e desencorajadas, também são alvos mais frequentes de assédio moral e sexual no contexto universitário. A partir disso, o objeto desta pesquisa são as violências que as professoras de ensino superior vivenciam e/ou enfrentam no ambiente acadêmico. Face ao referencial teórico a pesquisa tem como objetivo geral identificar a presença e, se for o caso, mapear as diferentes formas de violência presentes no discurso das professoras de ensino superior. Como objetivos específicos apontam-se: a) Revelar as principais condições as quais as professoras de ensino superior estão submetidas, considerando as diferentes violências sofridas; b) Demonstrar por meio dos dados o modus operandi cometidos contra as professoras de ensino superior. O posicionamento epistemológico desta pesquisa será o crítico analítico partindo da visão de Mainardes (2018), uma vez que, será apresentada a integração entre teoria e dados, bem como uma análise crítica e interpretativa dos achados de pesquisa. Os pressupostos teóricos utilizados na pesquisa terão embasamento nos estudos de Gayatri Spivak (2010), Mary Del Priore (2014), Rebecca Solnit (2017), Angela Saini (2018) e Gerda Lerner (2019). O campo de pesquisa é uma universidade pública do estado do Paraná. Optamos pelo instrumento de coleta de dados na forma de entrevista semiestruturada, realizadas com seis professoras da graduação em licenciatura em Ciências Biológicas de uma universidade pública do estado do Paraná. Foi criado um instrumento analítico a partir dos discursos das entrevistadas. Os resultados obtidos fornecem algumas evidências de que a violência contra as professoras, não se limita as formas explícitas, engloba manifestações veladas, também revela a presença contínua de estruturas patriarcais, por meio de atitudes machistas, misóginas e estereotipadas. Entre outras considerações, o estudo aponta para a necessidade de as instituições de ensino superior adotarem políticas de combate a violência de gênero, a conscientização sobre o impacto do machismo e a implementação de mecanismos efetivos para enfrentar os casos de violências e discriminações.