Potencial patogênico de cepas ambientais e clínicas de Herbaspirillum spp.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Olszewski, Josyel lattes
Orientador(a): Paludo, Kátia Sabrina lattes
Banca de defesa: Silveira, Rafael Bertoni da lattes, Matsubara, Fernando Hitomi lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmaceuticas
Departamento: Departamento de Ciências Farmacêuticas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3608
Resumo: Bactérias fixadoras de nitrogênio estão sendo cada vez mais utilizadas como fertilizantes biológicos (biofertilizantes) em substituição aos fertilizantes químicos. O gênero Herbaspirillum foi inicialmente isolado de gramíneas de interesse agrícola no Brasil e devido a sua capacidade de fixar nitrogênio atmosférico, tem sido testada como biofertilizante de algumas culturas como a cana de açúcar e o milho. Porém, mesmo sendo considerado um gênero não-patogênico, seus mecanismos de interação com as plantas são semelhantes aos mecanismos de infecção de uma bactéria patogênica e, recentemente, foram relatados casos de isolamento dessa bactéria em pacientes hospitalizados, geralmente imunocomprometidos e/ou com doenças graves como leucemia e principalmente fibrose cística. Considerando isso, o objetivo do presente estudo foi o de avaliar o potencial patogênico das seguintes cepas do gênero Herbaspirilum: cepa ambiental H. seropedicae SmR1 e suas formas modificadas (RAM GFP e ds RED) e as cepas de isolados clínicos H. frisingense AU14559 e H. huttiense AU11883. Testes in vitro utilizando os reagentes MTT e VN foram realizados para avaliar a viabilidade de células pulmonares Calu-3 após exposição ao sobrenadante estéril das culturas bacterianas com 8 ou 18 h de crescimento, evidenciando a citotoxicidade das diferentes cepas da espécie H. seropedicae. Ensaios de morfologia celular utilizando os mesmos sobrenadantes induziram alterações morfológicas nas células Calu-3 com todas as cepa testadas. A metodologia de adesão mostrou que as cepas isoladas de infecções em humanos, H. huttiense AU11883 e H. frisingense AU14559, são capazes de aderir sobre as células Calu-3, sendo consideradas bactérias de baixa adesão. Nos ensaios in vivo, utilizando um modelo de indução de pneumonia em camundongos, a cepa H. seropedicae SmR1 foi capaz de induzir perda severa de peso desses animais, aumento na contagem total de leucócitos e proporção de neutrófilos no lavado broncoalveolar (LBA), além de alterações histopatológicas nos pulmões, como infiltrado perivascular e peribronquiolar. A cepa isolada de infecções pulmonares, H. huttiense AU11883, apresentou citotoxicidade e adesão in vitro, além de alterações histológicas no pulmão dos animais inoculados intratraquealmente, mas não houve perda de peso ou alterações significativas no LBA. Esses resultados demonstram que a cepa ambiental H. seropedicae SmR1 apresentou indícios que confirmam seu potencial patogênico, mas ainda são necessários testes com um número maior de cepas para avaliar o potencial patogênico deste gênero bacteriano.