Vermes tubícolas: revisão taxonômica, distribuição geográfica e estratigráfica no devoniano da bacia do Paraná, Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Tavares, Isabelle de Siqueira lattes
Orientador(a): Bosetti, Elvio Pinto lattes
Banca de defesa: Ghilardi, Renato Pirani lattes, Moro, Rosemeri Segecin lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Mestrado em Gestão do Território
Departamento: Departamento de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3696
Resumo: Vermes tubícolas compreendem uma designação informal para um grupo biológico de animais associados à característica de produção de tubos rígidos ao redor de seu corpo. Ao englobar organismos de filos diferentes, e apresentar distribuição estratigráfica ampla, discussões de cunho taxonômico e bioestratigráfico sempre estiveram relacionadas ao grupo, não se apresentando de forma distinta para o Devoniano paranaense. Além disso, as ocorrências do grupo para a região na bibliografia refletem uma associação com ambientes imediatos pós-extinção. Assim, o principal objetivo deste trabalho é elucidar as implicações taxonômicas e bioestratigráficas de vermes tubícolas no Devoniano paranaense, como base para a interpretação paleoambiental. Além da revisão bibliográfica necessária, foram selecionadas nas coleções depositadas no Laboratório de Estratigrafia e Paleontologia do Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG- DEGEO), 229 amostras contendo um ou mais fósseis de vermes tubícolas, representando 2.203 bioclastos, que passaram por processamento e análises específicas. Através da revisão taxonômica verificou-se como válidas para região a ocorrência do táxon Serpulites sp., e inválida a do táxon ?Vestimentifera, sendo os espécimes anteriormente identificados de tal forma representantes do gênero Annulitubus. Também há o registro da nova espécie Cornulites auxilium. O táxon Annulitubus é o mais numeroso para a região, possibilitando interpretações relacionadas à sua morfologia, modo de vida e distribuição estratigráfica. Constatouse que a definição do gênero foi baseada em apenas uma parte do animal, o qual apresenta uma variação morfológica ao longo do tubo, representando três estágios de deposição do tubo. Essa característica, somada a possibilidade de se tratarem de animais quimiossimbiontes, proposto pela presença de enxofre em amostras analisadas, possibilita classificar o gênero Annulitubus como pertencente à família Siboglinidae. Annulitubus representa animais que fazem parte da Provincia Malvinocáfrica, com ocorrências desde o NeoPraguiano, não sendo integrantes de uma fauna adventícia como proposto anteriormente. Representam espécies oportunistas, possivelmente com um modo de vida quimiossimbionte, verificado pelo seu aumento de ocupação de ecoespaço em um contexto pós crise biótica, onde sua população se torna abundante conforme o restante da fauna se torna escassa. Assim, as implicações bioestratigráficas da presença de Annulitubus são extremante importantes para a interpretação paleoambiental, sendo este um fato que merece maior atenção e estudos, considerando também aspectos relacionados à paleoecologia desses animais, principalmente em relação às suas implicações paleoautoecológicas.