Resumo: |
O conhecimento da dinâmica espacial de doenças de plantas, aliado a quantificação de inóculo e monitoramento das condições meteorológicas é de grande importância para a adoção de estratégias de manejos adequados e com menor impacto ambiental. Sendo assim, os objetivos deste trabalho de pesquisa foram caracterizar a distribuição, variabilidade espacial e possíveis relações entre atributos referentes ao mofo branco e atributos de plantas de soja além de avaliar técnicas de identificação e quantificação de ascósporos de Sclerotinia sclerotiorum durante o florescimento da soja. Foram realizadas amostragens através de uma malha georreferenciada em uma área de 12 hectares (ha) no município de Mauá-da-Serra-PR nas safras 2013/14 e 2014/15 e uma área de quatro hectares no município de Ponta Grossa-PR na safra 2015/16. Foram utilizados quadrats com área útil de 7,2 m² para avaliação das seguintes variáveis: escleródios presentes no solo, estande da cultura, incidência, índice de doença, rendimento, escleródios produzidos na colheita, além da deposição do bioaerossol, partes de folha e flores da soja como uso de Meio Semi-seletivo a Sclerotinia sclerotiorum (MSS) e Reação em cadeia da polimerase quantitativa (qPCR), em 36 pontos de amostragem na área de Ponta Grossa-PR, em três datas durante o florescimento da soja. Os dados foram analisados com uso de estatística descritiva, ajuste de semivariogramas e matriz de correlação de Pearson. As condições meteorológicas observadas nos três experimentos foram adequadas para o desenvolvimento da cultura da soja e do mofo branco na soja. As variáveis referentes a cultura da soja apresentaram coeficientes de variação baixos ou moderados e as variáveis referentes ao mofo branco apresentaram coeficiente de variação muito elevados. Os ajustes dos semivariogramas apresentaram diferenças nos três experimentos, com efeito pepita puro, ajuste linear, esférico e exponencial. A variável escleródios do solo apresentou efeito pepita puro nos dois experimentos em Mauá-da-Serra. Foram encontradas correlações significativas positivas entre a incidência do mofo branco e a produção de escleródios na colheita, além de correlação negativa com o rendimento nos três experimentos. A identificação de inóculo de mofo branco com incubação em MSS mostrou-se a técnica com maior sensibilidade, mas demanda de até 15 dias para a confirmação de S. sclerotiorum, tanto para bioaerossol, como flores e partes de folhas de soja. Foi possível otimizar o protocolo de extração de DNA e ciclo de reação para qPCR, além de gerar uma curva padrão com DNA oriundo de ascósporos de S. sclerotiorum, com ajuste ao modelo linear (R²=0,99) e eficiência de 92,2%. O uso de qPCR mostrou-se promissor para partes de folhas, sendo possível resultados em um dia de trabalho. |
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