RESPOSTAS COMPORTAMENTAIS E FISIOLÓGICAS RELACIONADAS AO BEM-ESTAR EM LEITÕES NA FASE DE CRECHE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Eli Aparecida Rosa de lattes
Orientador(a): Pereira, Romaiana Picada lattes
Banca de defesa: Leal, Marta Lizandra do Rego, Furuya, Wilson Massamitu
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Zootecnia
Departamento: Departamento de Zootecnia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2470
Resumo: A suinocultura mundial tem passado por intensas inovações tecnológicas nas últimas décadas, visando principalmente o aumento da produtividade e redução nos custos de produção. O bem-estar animal muitas vezes é privado em prol da alta produtividade, sobretudo na creche que é considerada a fase mais crítica da suinocultura. Várias formas para minimizar o estresse em leitões já foram estudadas, porém se faz necessário mais estudos nessa área. Desta forma, este trabalho visou avaliar a influência de possíveis estratégias minimizadoras de estresse em leitões na fase de creche, sendo elas: o fornecimento de enriquecimento ambiental e a suplementação com um fitoterápico para avaliação de parâmetros comportamentais e fisiológicos relacionados ao bem-estar de leitões na fase de creche. Foram utilizados 300 leitões machos e castrados, desmamados aos 21 dias. Os tratamentos utilizados foram: T1 - Controle, T2 – enriquecimento ambiental e T3 – M. officinalis. No tratamento com enriquecimento ambiental (T2), foram distribuídos brinquedos confeccionados com garrafas PET, correntes e pneus. No T3, foi adicionado 1 % de extrato seco de M. officinalis a ração. A pesagem dos leitões aconteceu nos dias 0; 7; 14; 21 e 35 e as coletas de sangue foram realizadas nos dias 0; 7; 21 e 35 do experimento. Foram avaliados os comportamentos locomotor e a ingestão, relações agonísticas, interação com o objeto proposto como enriquecimento ambiental, interação com o colega, interação com o ambiente, e as estereotipias. O T2 interferiu positivamente sobre os comportamentos de brincar, com 69,8% de incidência com relação ao T1 (14,7%) e T3 (15,5%). E também sobre comportamento de vício de sucção, que obteve 14,1% da frequência quando comparado com T1 e T3 que obtiveram 45,4% e 40,5% de frequência, respectivamente (P<0,05). Houve correlação negativa moderada entre brincar e o comportamento de monta (P<0,001). O comportamento de manipulação de cauda teve maior incidência no T1 (50,99%), e com menor intensidade nos T2 (21%) e T3 (28,1%), (P<0,05). Houve uma correlação negativa moderada entre o comportamento exploratório e de briga (P<0,05). E uma correlação negativa entre o comportamento exploratório e o vício de sucção (P<0,001). No teste de TBARS, para avaliar a peroxidação lipídica, somente no dia 7 ocorreu diferença entre os grupos tratados com enriquecimento ambiental e M. officinalis e também entre os grupos controle e M. officinalis (P>0,05), onde os leitões tratados com M. officinalis, apresentaram menor quantidade de TBARS, comprovando assim a eficiência do tratamento fitoterápico contra a peroxidação lipídica. Na medida da atividade de catalase, tanto T1 quanto T2 não apresentaram diferença significativa nos dias 21 e 35 (P<0,05). Além disso, não houve diferença significativa entre os três tratamentos na avaliação do cortisol, demonstrando que os tratamentos não causaram estresse aos animais. Na avaliação de Vitamina C, o T3 proporcionou maior eficiência, quando comparado aos demais tratamentos. A exposição ao enriquecimento ambiental potencializou a ocorrência de comportamentos saudáveis relacionados ao bem-estar em leitões, como o ato de brincar e o comportamento exploratório, além de diminuir comportamentos associados ao estresse, como vício de sucção e manipulação da cauda. A suplementação com M. officinalis melhorou os parâmetros bioquímicos dos animais, uma vez que este grupo apresentou menores níveis de TBARS no 7º dia de tratamento, maiores níveis de vitamina C no 21º e 35º dias de tratamento e menor atividade da enzima Catalase desde o 7º dia de tratamento até o 35º dia. Assim, as estratégias aqui utilizadas devem ser consideradas como formas de melhoria do bem-estar animal na produção de leitões na fase de creche.