Mulheres pobres e trabalhadoras de Curitiba, o crime de homicídio e as tramas da justiça no início da Primeira República

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ferreira, Marcela Catini de Lima lattes
Orientador(a): Lamb, Roberto Edgar lattes
Banca de defesa: Zulian, Rosângela Wosiack lattes, Schactae, Andrea Mazurok lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Departamento de História
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2996
Resumo: A pesquisa apresentada ao programa de Mestrado em História, Cultura e Identidades da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG tem como objetivo a proposição de reflexões sobre a história de mulheres pobres e trabalhadoras de Curitiba, acusadas ou suspeitas de homicídios, a partir de suas relações com outras mulheres e homens verificadas por meio de complexos intercâmbios entre diferentes grupos sociais durante a Primeira República, configurando-se como uma pequena contribuição aos estudos sobre a história social das mulheres considerando seu caráter relacional, bem como as diferenças sexuais e culturais presentes nas instituições e nas relações de poder. Perspectivas construídas considerando o conceito de gênero enquanto construção sociocultural que confere sentidos ao significado de ser mulher e homem numa dada sociedade. Esta pesquisa foi realizada a partir da seleção de documentos judiciais que trazem mulheres acusadas ou suspeitas de crimes de homicídio, tendo como vítimas pessoas de seu convívio íntimo, tais como: amásio (verificado no caso de Maria Baptista da Silva e Felix Ferreira Lima), marido (relação estabelecida entre Catharina e Ferdinando Franholz, e também entre a polaca Victoria e Pedro Bittencourt) e filho (relação existente entre Pedro e Delfina Bittencourt). As fontes consultadas encontram-se arquivadas no Museu da Justiça do Estado do Paraná, instituição atrelada ao Tribunal de Justiça do Estado. Para análise dos dados extraídos da referida documentação criminal foi empregado o método qualitativo, não-estatístico, por meio do qual procurou-se analisar os modos de viver, amar e trabalhar das mulheres acusadas de crime, constituídos por meio de suas lutas travadas em meio a relações de poder, buscando desvendar a influência dos papéis sexuais dentro de uma dinâmica processual estabelecida em meio a ritos que revelam a existência de diversos atores e suas contribuições tocante a tentativa de se estabelecer padrões de normalização (normatização) pelo controle que a instituição judiciária exerce sobre os indivíduos, considerando, principalmente, seus efeitos sobre as mulheres. Como referencial teórico foram utilizados os seguintes autores: Mariza Corrêa, Sidney Chalhoub, Etelvina de Castro Trindade, Rachel Soihet, Joanna Maria Pedro, Mariza Izilda Santos de Matos, Norbert Elias, Carlo Ginzburg, Edward Palmer Thompson, Joan Wallach Scott, entre tantos outros referencias teóricos que apresentaram contribuições fundamentais para compreender conceitos essenciais para o desenvolvimento desta pesquisa tais como: história das mulheres, gênero, trabalho, cultura e suas diferentes perspectivas.