Utilização de resíduos lignocelulósicos de palmito pupunha (Bactris gasipaes) para o cultivo de cogumelo (Pleurotus ostreatus)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Valério, Taynara Pacheco lattes
Orientador(a): Godoy, Eliane Dalva lattes
Banca de defesa: Alberti, Aline, Barros, Beatriz Cervejeira Bolanho
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos
Departamento: Departamento de Engenharia de Alimentos
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3475
Resumo: Os fungos do gênero Pleurotus spp. produzem enzimas que degradam material lignocelulósico, podendo ser utilizadas na bioconversão de resíduos agroindustriais em corpos de frutificação (cogumelos). Durante o processamento de palmito pupunha, cerca de 80% do caule utilizado na produção de conservas torna-se resíduo. O objetivo deste trabalho foi desenvolver uma formulação de substrato para produção de Pleurotus ostreatus (shimeji) utilizando resíduos do processamento de palmito pupunha, e, na melhor condição estabelecida, caracterizar o cogumelo em comparação com produtos similares. No capítulo 1, foi realizado um planejamento Composto Central Rotacional utilizando as variáveis independentes relação C:N (variada de acordo com proporção entre bainha foliar e casca do palmito pupunha) e a umidade do substrato, sendo o rendimento de produção dos cogumelos a variável dependente. Foi realizado cultivo em meio com serragem e farelo de trigo (C:N de 70 e umidade de 54%) como padrão de rendimento. A condição de C:N de 69,14 e umidade de 86,2% foi validada (rendimento de 24,47%) e utilizada para levantar os custos de produção de shimeji baseado na produção mensal de uma unidade processadora de palmito pupunha. Com a estimativa dos custos operacionais de produção, conclui-se que o produtor pode gerar uma renda mensal aproximada de R$43.595,00, a partir da produção de 1,8 toneladas de cogumelos. No capítulo 2, amostras de P. ostreatus cultivadas na condição de maior rendimento, foram comparadas com a amostra cultivada em meio padrão e amostras comerciais de P. ostreatus e de Agaricus bisporus (champignon) quanto à composição proximal e teor de compostos fenólicos pelo método com reagente Folin-Ciocalteu. Foi realizado um Planejamento Composto Central variando a concentração de etanol e tempo de extração. Os extratos que apresentaram maior teor de compostos fenólicos foram avaliados quanto à atividade antioxidante pelo método do radical ABTS+ e FRAP e submetidos à análise cromatográfica para identificação e quantificação dos compostos fenólicos. Quanto à composição proximal, as amostras de shimeji apresentaram maior teor de fibras alimentares em relação ao champignon, menor teor de lipídios e cinzas. O maior teor de proteínas foi obtido na amostra de shimeji comercial (28,44%), seguido do champignon (19,76%), shimeji cultivado na serragem (16,25%) e nos resíduos de palmito (16,09%). O teor de compostos fenólicos variou de 1,29 a 2,57 mg AGE/g de amostra e 2,66 a 3,60 mg AGE/g de amostra para os extratos de P. ostreatus e A. bisporus, respectivamente. A melhor condição de extração dos compostos fenólicos para P. ostreatus foi com concentração de etanol a 29,4% e tempo de extração de 38,8 min e para a amostra de A. bisporus foi com 29,4% de etanol e tempo de extração de 81,2 min. Com relação à atividade antioxidante, o extrato de A. bisporus apresentou a maior atividade, seguido do P. ostreatus cultivado nos resíduos de palmito, comercial e em meio padrão. O teor de compostos fenólicos dos extratos foi diretamente proporcional às atividades antioxidantes das amostras. Em relação à análise cromatográfica, foram identificados os ácidos gálico, vanílico, trans-cinâmico, ferúlico e cumárico nos extratos das quatro amostras de cogumelos analisadas, sendo que o ácido gálico apresentou correlação positiva com os métodos antioxidantes ABTS e FRAP e o ácido vanílico apresentou correlação positiva com o método ABTS.