Expressões vivas: a violência no campo no cotidiano do pré-assentamento Emiliano Zapata - PR

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Moreira, Ana Paula lattes
Orientador(a): Raiher, Augusta Pelinski lattes
Banca de defesa: Roos, Djoni lattes, Maia, Cláudio Lopes lattes, Luiz, Danuta Estrufica Cantóia lattes, Cunha, Luiz Alexandre Gonçalvez lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas
Departamento: Setor de Ciências Sociais Aplicadas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
MST
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3972
Resumo: Esta tese objetiva evidenciar como é vivida/sentida a violência no campo pelos camponeses acampados no estado do Paraná, tendo como universo de pesquisa o pré-assentamento Emiliano Zapata, localizado no município de Ponta Grossa. Analisando os reflexos desta violência na luta pela terra. A violência é utilizada como estratégia para impedir e enfraquecer o processo de luta da classe camponesa pela posse da terra, perpetrada por latifundiários e contando com uma estrutura que inclui o Estado, a mídia, pistoleiros e forças de segurança, incluindo a polícia militar. O presente estudo, de caráter exploratório, utilizou-se de abordagem qualitativa. Foi realizado um estudo de caso, os procedimentos metodológicos consistiram em revisão bibliográfica, análise documental e pesquisa de campo. Com entrevista semiestruturada in loco a partir de um roteiro e fizemos registros em um diário de campo e observação. A análise dos dados se deu a partir da análise de conteúdo categorial. Para tanto, utilizamos o software IRAMUTEQ (Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires). O software permitiu a estruturação das falas dos sujeitos em redes de palavras significativas. Os resultados indicam que os pré-assentados do Emiliano Zapata reconhecem a violência no campo como uma estratégia para impedir a luta pela terra, e que a maioria deles (77%) está no pré-assentamento desde a ocupação em 2003. Eles já sofreram várias formas de violência, incluindo despejo realizado pela polícia militar, ação privada do grileiro da terra acampada e preconceito, este último acentuado devido à imagem de risco e perigo associada ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Apesar das dificuldades enfrentadas, incluindo a violência no campo, os pré- assentados resistiram ao desenvolver estratégias para continuar na luta pela terra e representando a condição de viver na e da terra. Neste sentido, a pesquisa constatou que a violência no campo foi uma estratégia utilizada para impedir a luta pela terra, causando medo e insegurança nos pré-assentados. Entretanto, a resistência e determinação desses trabalhadores rurais se fortaleceu diante das adversidades, graças à experiência de viver em um acampamento, que propicia a construção coletiva, a cooperação, a solidariedade e o sentimento de pertencimento. Esses elementos contribuíram para que a luta pela terra se intensificasse, com uma visão coletiva e uma consciência política mais aguçada. A pesquisa conclui que a luta pela terra se desenvolve a partir da experiência coletiva dos acampados, que enfrentam a violência e resistem em busca do direito pela terra.