Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Deitos, Juliano Marcelino
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Orientador(a): |
Masson, Gisele
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Banca de defesa: |
Lima, Michelle Fernandes
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Melo, Alessandro de
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Darcoleto, Carina Alves da Silva
,
Flach, Simone
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação
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Departamento: |
Departamento de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3028
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Resumo: |
A presente pesquisa teve como objetivo geral analisar o Movimento Todos Pela Educação (TPE), na perspectiva de compreendê-lo como uma expressão da hegemonia empresarial na educação. A partir desse objetivo geral, foram definidos os seguintes objetivos específicos: i) identificar as contribuições da produção acadêmica sobre os elementos que configuram historicamente a ação empresarial na educação brasileira; ii) discutir o papel do Estado e suas ações para o desenvolvimento da hegemonia empresarial no Brasil e; iii) analisar o TPE como um aparelho da hegemonia empresarial na educação brasileira. A pesquisa foi qualitativa, se caracterizou como documental, bibliográfica, e teve como fundamentação teórica o materialismo histórico-dialético, especialmente as contribuições de Antonio Gramsci. A partir das análises realizadas, identificamos que a formação da hegemonia empresarial aconteceu com o próprio desenvolvimento do Estado Burguês no Brasil. Entre as décadas de 1930 e 1950, a sociedade civil organizada promoveu, na articulação com a sociedade política, o desenvolvimento do capitalismo, o fortalecimento do mercado interno brasileiro para a concentração e a centralização de seu capital. No campo da educação e no cenário o Estado, a consolidação da hegemonia empresarial, ganha expressividade nas décadas de 1990 e 2000. Com a criação do Movimento Todos Pela Educação, em 2006, essa organização faz com que os interesses particulares de frações da classe dominante ultrapassem o campo econômico de atuação, dirigindo e dominando as políticas educacionais. Ao realizar essa universalização da particularidade de seus interesses, o TPE, na educação, faz com que as necessidades de reprodução do Capital pareçam universais, tais como a ideia de ―qualidade da educação‖, da necessidade de índices educacionais, da escolarização em idade adequada para a formação de força de trabalho, do investimento na teoria do capital humano e na preparação para o mercado de trabalho capitalista. A construção do consenso necessário para essa adesão coletiva aos interesses particulares dessas frações de classe acontece por meio da atuação dos intelectuais, das organizações e pela via da opinião pública presentes no TPE. Nesse sentido, argumentamos que o TPE é uma expressão da hegemonia empresarial na educação, pois representa uma unidade na diversidade de frações da classe dominante que o constituem e monopolizam a educação no Brasil. Essas frações da classe dominante, as quais estão presentes no interior do Estado, como parte da sociedade civil organizada, articulada à sociedade política, têm dominado e dirigido as políticas educacionais no país, de modo a desenvolver um projeto de educação necessário ao Capital na sua fase contemporânea. |