Desafios e tensões no atendimento equitativo da família homoafetiva e da família transgênera: um estudo sobre as representações sociais e imagéticas no campo da saúde

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pereira, Claudia Moraes e Silva lattes
Orientador(a): Antunes, Alfredo Cesar lattes
Banca de defesa: Silva, Alberto da, Costa, Marcelo Henrique da, Melani, Paula, Bourguingon, Jussara Aires
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais Aplicadas
Departamento: Setor de Ciências Sociais Aplicadas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3348
Resumo: A Teoria das Representações Sociais nos cativa à medida que vamos nos aprofundando nos seus conceitos e desvendando nossas indagações a partir de sua fundamentação. A escolhemos como aporte teórico-metodológico por acreditarmos que é a teoria que melhor poderia alcançar a problematização proposta por esta tese, buscando refletir sobre questões de gênero, sexualidade e identidade no atendimento da população LGBTQI+ no campo da saúde municipal. Entender como os profissionais compreendem a temática e encaram as demandas deste público nos faz compreender o quão próximos ou o quão distantes estão de um atendimento equitativo, como aponta o princípio elaborado pelo Sistema Único de Saúde. Nesse aspecto, o presente estudo teve como objetivo identificar as representações sociais dos profissionais municipais que atuam nos serviços públicos de saúde em relação à equidade no atendimento das famílias homoafetiva e transgênera. Para responder ao objetivo do trabalho, utilizamos uma composição de instrumentos metodológicos triangulados, que nos possibilitaram dialogar e desvendar as tensões e contradições nos discursos dos profissionais de saúde participantes da pesquisa. Participaram da pesquisa 51 profissionais, sendo eles locados em três Unidades de Saúde da Família do município de Ponta Grossa. O caminho traçado partiu do entendimento que as representações sociais são construídas a partir de informações presentes nos universos consensual e reificado. Sendo assim, buscamos levantar as informações destes universos que se aproximam dos sujeitos da pesquisa. Para esta etapa realizamos uma análise conjuntural e documental da Política Nacional de Saúde LGBT e das campanhas do Ministério da Saúde e do Grupo Dignidade referentes ao conceito de equidade. A partir disso, passamos para a etapa de compreensão das representações sociais, utilizando um questionário composto por questões demográficas, pela técnica do núcleo central, pela escala de preconceito contra diversidade sexual e de gênero, pela recepção das informações e das imagens e pelo espaço livre. Com a triangulação e o diálogo entre os dados apontamos como resultados da pesquisa que ainda existem limitações no atendimento equânime da família homoafetiva e da família transgênera no campo da saúde municipal, tais como: incompreensão de conceitos de sexualidade e identidade, não acesso às informações do universo reificado, forte relação com informações do universo consensual, reprodução de discursos estabelecidos relacionado ao conceito de família ou as barreiras de aceitação de outras configurações familiares e a presença de uma homofobia cognitiva. Assim, nosso estudo identificou a necessidade de maior capacitação dos profissionais da área da saúde a partir do fortalecimento do universo reificado, ou seja, maior acesso a informações sobre a temática, realização de cursos e palestras liderados por pessoas qualificadas sobre os temas, com o objetivo de aproximar dos profissionais de saúde às especificidades da população LGBTQI+. Conforme as Políticas Públicas da área da saúde, a responsabilidade por esta qualificação é dos órgãos gestores nacionais, estaduais e municipais.