A epidemia de AIDS nas páginas da Revista Manchete durante os anos de 1985 e 2000

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gomes, Frederico Renan Hilgenberg lattes
Orientador(a): Vázquez, Georgiane Garabely Heil lattes
Banca de defesa: Klanovicz, Luciana Rosar Fornazari lattes, Costa, Maria Paula lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Departamento de História
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/4161
Resumo: A epidemia de Aids marcou o final do século XX, influenciando novos comportamentos. Por sua vez, ela foi significada e influenciada por atores sociais como a medicina e a imprensa. Um dos impressos que apresentou a Aids para a população brasileira foi a revista Manchete durante as décadas de 1980 e 1990. O objetivo dessa pesquisa foi compreender como esse semanário construiu a epidemia em suas páginas nessas duas décadas. Para tanto foi realizado um levantamento no acervo da revista da Hemeroteca Digital Brasileira. Foram levantados 646 textos sobre HIV/Aids desde 1982 até 2000. Após o levantamento foram elencadas temáticas sobre as quais esse corpus textual versava, em que tiveram maior destaque foram as de Ciência, Medicina e Saúde (208); Arte e Famosos (138); e Sexo e Sexualidade (101). A metodologia utilizada para analisar esse corpus foi a Análise do Discurso. Uma ferramenta que foi utilizada para auxiliar nesse processo foi o software Iramuteq com as análises de Classificação Hierárquica Descendente e Nuvem de Palavras. Os dois principais teóricos aqui abordados, foram Susan Sontag (1989), nas colocações que ela propõe sobre o papel que a criação metáforas para doenças desempenham no entendimento das mesmas, sobretudo da Aids, e Fausto Neto (1991, 1999), sobretudo quando ele aborda o conceito de olimpianos, a abordagem destes quando soropositivos na comunicação de massa. O foco da análise recaiu sobre matérias de capa da revista que tinham maior ligação com o discurso científico e sobre a vidas de famosos, o encarte Manchete Saúde, campanhas governamentais de HIV veiculadas no semanário e as cartas dos leitores enviadas sobre a epidemia Desse modo, foi possível compreender que a revista Manchete teve um papel complexo nesse processo, pois ao mesmo tempo consolidava algumas metáforas em relação a Aids, também desempenhou o papel de informar a sociedade sobre a nova epidemia.