A relação entre corticoterapia, risco cardiovascular e níveis de mieloperoxidase em pacientes com artrite reumatóide

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Montes, Elisangela Gueiber lattes
Orientador(a): Vellosa, José Carlos Rebuglio lattes
Banca de defesa: Gomes, Ricardo Zanetti lattes, Miné, Julio César lattes, Quadros, Thaline lattes, Folquitto, Daniela Gaspardo lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmaceuticas
Departamento: Departamento de Ciências Farmacêuticas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2997
Resumo: Introdução: A artrite reumatoide é uma doença inflamatória que se caracteriza por poliartrite periférica e simétrica. A taxa de prevalência encontrada na população mundial varia entre 0,5% a 1,0%, acometendo preferencialmente mulheres e com pico de incidência entre os 30 e 50 anos. O diagnóstico é feito pela associação de sintomas e sinais clínicos, achados laboratoriais e radiográficos. Na presença de manifestações extra-articulares, a morbidade e a gravidade da doença aumentam, podendo diminuir a expectativa de vida. A administração de glicocorticoides é utilizada no tratamento desta patologia, podendo resultar em efeitos secundários relacionados ao risco cardiovascular. Objetivo: Estabelecer a relação entre o risco cardiovascular, tratamento com glicocorticoides e mieloperoxidase em pacientes com artrite reumatoide. Material e Métodos: Estudo transversal unicêntrico, com 59 voluntários de ambos os gêneros, com artrite reumatoide, atendidos no Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais. Os indivíduos foram divididos em dois grupos: com uso de glicocorticoides (n= 39) e sem glicocorticoides (n= 20). Os voluntários foram submetidos à avaliação clínica e exame físico. Foram colhidas amostra de sangue para realização de diferentes testes bioquímicos e imunológicos. Foram aplicados os questionários: inventário de depressão de Beck; SF-36 e Health Assessment Questionnaire, para avaliação de depressão, qualidade de vida e estado funcional dos indivíduos, respectivamente. A análise estatística foi realizada com os testes t de Student e teste não paramétrico de Mann-Whitney. Foi realizada regressão logística para avaliação do risco cardiovascular. O nível de significância foi de 5% (α=0,05). Os cálculos foram realizados com o pacote estatístico SPSS® (Statistical Package for the Social Science) versão 21.0. Resultados: Houve diferença significativa entre os grupos nos valores de glicemia (p= 0,012). Quando avaliamos o risco cardiovascular utilizando os preditores dose de glicocorticoides, tempo de uso de glicocorticoides, mieloperoxidase e proteína C reativa em conjunto, estes foram responsáveis por predizer o risco cardiovascular de forma significativa (p=0,015). Foi demonstrada também uma relação significativa com a variável preditora mieloperoxidase de forma isolada (p=0,037). Foi observada diferença significativa entre os grupos no domínio aspectos físicos do questionário SF-36 (p= 0,004). Discussão: A diferença nos valores de glicemia pode ser explicada pelo diferente percentual de portadores de diabetes entre os grupos. A mieloperoxidase pode ser uma importante preditora de risco cardiovascular entre os indivíduos com artrite reumatoide, sendo que mais estudos são necessários a fim de efetivar sua utilização como biomarcador para este fim. Entre os efeitos colaterais sistêmicos da corticoterapia, estão as alterações de aspectos físicos do indivíduo, demonstradas a partir da diferença entre os grupos estudados, podendo ser importante fator relacionado de forma indireta com o risco cardiovascular. Conclusão: A mieloperoxidase parece ser um importante preditor de risco cardiovascular em pacientes com artrite reumatoide. A corticoterapia pode afetar a qualidade de vida dos indivíduos, no que diz respeito aos aspectos físicos, podendo de forma indireta levar o indivíduo a maiores chances de doenças cardiovasculares.